sábado, 19 de setembro de 2015

HOMENAGENS ACADÊMICAS - DR. LAURO CORREA

Ilmo. Sr. Presidente da Academia Parnaibana de Letras Dr. Lauro Correia.
Ilmo. Sr. Presidente da Academia Piauiense de Letras Dr. Paulo Nunes.
Exmos. Autoridades Civis, Militares, Eclesiásticas e Culturais.
Meus Senhores, minhas Senhoras e Senhoritas.
Srs. Acadêmicos, Srs. Homenageados.

    Parnaíba sempre foi uma cidade nobre. Nobre pela sua beleza natural e nobre pela tradição de sua gente.
  Peço, pois, licença para dizer algumas palavras de congratulações, vindas de bem de dentro, simples e breves, porém com a marca deste momento indelével.
    É invisível a satisfação que nos traz aqui, com as merecidas homenagens aos Drs. Lauro Correia e Raul Bacelar. Minhas palavras seriam dispensáveis, não fosse a amizade e os deveres de gratidão de minha parte para com o Dr. Lauro Correia, a quem quero especialmente referir. Vejo em Lauro Correia um daqueles homens de que falava Jorge Amado na introdução a livro de Graciliano Ramos: “... feito de uma só peça, um só caráter, uma consciência”.
    Hoje já não é comum fazer valer a palavra, poucos dão importância à pontualidade, à serenidade, à cordialidade e à elegância. Parecem virtudes pequeninas. Fico pensando quanto sofreu Lauro Correia como chefe político e como administrador, com sua conhecida austeridade. Temos, nele, uma das mais marcantes referências de homem de bem do Piauí, vitorioso nos negócios e na política, além da dimensão intelectual revelada nos estudos da história e da vida de sua terra como na orientação dada à Academia Parnaibana de Letras.
    Outra referência indispensável é a do poeta e crítico Alcenor Candeira Filho. Historicamente, foi ele o primeiro piauiense a usar o mimeógrafo na produção editorial. “Rosas e Pedras”, seu livro de 1976, com forte mas saudável influência drummondiana, é mimeografado. Candeira Filho tem-se revelado talentoso na poesia e na crítica literária, integrando-se ao que há de mais revolucionário, novo e criativo em nossa literatura. Nossa, piauiense. Nossa, brasileira.
     De minha parte, ambos, ou qualquer um dos dois, fariam bem em pertencendo à Academia Piauiense de Letras, levariam o brilho de suas inteligências e manteriam a representação de Parnaíba no nosso sodalício, interrompida com a morte de Mons. Antônio Sampaio, uma figura para sempre lembrada do clero piauiense. Em parte, neste momento, o elo de Parnaíba com Academia Piauiense de Letras é reatado. Outra coisa não representam as distinções aos Drs. Lauro Correia e Raul Bacelar.
    Esta é a minha opinião pessoal, mas acredito que muitos companheiros participam da mesma ideia, quer pela necessidade de congraçamento dos piauienses do centro, do sul e do norte, quer pelas qualidades pessoais e intelectuais das figuras mencionais e distinguidas.
__________________
                                   Parnaíba, PI, 08 de maio de 1993.
Francisco Miguel de Moura, (Discurso pronunciado por ocasião da entrega do diploma e medalha do Mérito Cultural “Lucídio Freitas” a Dr. Lauro Correia e do título de sócio honorário da Academia Piauiense de Letras a Raul Bacelar, em sessão conjunta da APL e da APAL.

       (Publicado no jornal “O Dia” de 11 de maio 1993, com o título de “HOMENAGENS”)

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