Francisco
Miguel
de
Moura*
Qual tolo adolescente, pelas ruas,
Já pensando conquista por conquista,
Vi passarem por mim os sois, as luas,
Quando ela apareceu na minha vista.
E ela dançava como folha ao vento,
Vento que vem e volta, já sem cor...
E então me impus a trabalhar no intento
Do mais curto caminho ao seu calor.
Fiquei parado na primeira esquina,
Sério, bem sério, e reparei no ar
A cor de amora e o cheiro de menina.
E ela enganou a todos, a assassina!
Sumiu no vento, pra não mais voltar...
Sumiu no vento, pra não mais voltar...
Hoje sou pedra e esfinge, nesta esquina.
Teresina, 10 de setembro de 2015.
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* Poeta de várias modalidades, desde a trova, o haikai, o soneto, ao poema livre, onde também se ente livre, mas para fazer os mesmos bons versos e as mesmas chaves de ouro à moda da modernidade.
2 comentários:
Ai que lindo!! Eu amo sonetos. Nunca consegui escrever um. É só pra mestre mesmo. Abraço Chico!
Regina, amiga,
Eu sei que conselho é bom, se fosse ninguém dava; vendia, neste mundo tão consumista e capitalista em que vivemos.
Faça como eu, experimente muitas vezes, conserte. Se o conserto não der
certo, guarde pra depois, depois volte a tentar. Se não conseguir, rasgue e faça outro. Há sonetos meus que eu comecei a escrever em 1965, quando preparava meu primeiro livro - "Areias" - e só agora terminei modificá-lo, uma virgula, um traço, uma palavrinha mal colocada, sempre observando o som e a imagens das palavras e, dentro deles o conteúdo que coloco ou tento colocar para o público.
Agradeço o elogio, mas ainda não estou satisfeito com o final, a chamada chave de outro. Se você voltar a ver meu blog, e eu fico lisongeado, verá que há umas pequenas mudanças no último vers.
MAS PARA SABE FAZER E FAZ HAICAIS TÃO PERFEITOS, PARA QUE MAIS QUERER FAZER SONETOS?
Abraço afetuoso,
chico miguel
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