domingo, 3 de março de 2024

 


AUTO-RETRATO

 

                    Francisco Miguel de Moura*

                             

 

Olhos azuis do céu, puros, de monja,

Lábios grossos, mais alto um maxilar,

Se a boca fecha um bico faz-se no ar,

Mas quando ri, ri franco e sem lisonja.

 

Nariz perfeito, o corpo em linha certa,

Louro dolicocéfalo, do bem,

Comum inteligência. Para alguém

Pode ser chato, mas de mente aberta.

 

Leve, em pesado corpo, ai como voa!

Se alguém o  fere, fala mas perdoa,

Guarda as lições do bem, e o mal deplora.

 

Mas não é nenhum santo e não se acalma,

Se alguém lhe nega a consciência e a alma,

Mais feio fica, explode e xinga e chora.  

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí.

 

 

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