segunda-feira, 16 de agosto de 2021

 

            DELÍRIO

 

             Francisco Miguel de Moura*

 

Peguei da minha Bíblia Sagrada

pensando nela achar todo o Universo.

Lida e relida, não encontrei nada,

tão contrafeito, em dúvidas imerso.

 

Não tendo a fé no coração gravada,

a virgem fé de remover montanha,

a palavra de Deus, viva, inspirada,

trouxe-me a dor em dúvida tamanha.

 

Assim, crendo e descrendo, já deliro.

Assim, dias e noites se consomem,

e eu filosofo as dores que transpiro.

 

Se, enfim, elevo os pensamentos meus,

tenho a angústia infinita de ser homem,

tenho o imortal desejo de ser Deus.

 ____________

 *Francisco Miguel de Mouraa, poeta brasileiro. Este é dos seus primeiros

sonetos. Não me lembro em que livro se encontra.

 

3 comentários:

Touché disse...

'Penso que a fé é a extensão do espírito. É a chave que abre a porta do impossível.' A fé é a força e a esperança. Se alcança a fé procurando por ela. Seu soneto é muito bem feito. Gostei da frase: ' filosofo as dores que transpiro" . Abração

CHIICO MIGUEL disse...

Gostei do seu comentário. Mas hoje sou bem diferente

CHIICO MIGUEL disse...

Continuando, escrevi um livro chamado A parábolas do Reino de Deus. Sou católico e pretendo publicar logo que encontre um editor. O resultado da venda é para entregar às instituições humanitárias.
É claro que hoje eu não escreveria soneto assim.

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