sábado, 13 de fevereiro de 2021

 


MEU PAPEL É UM ALTAR

          (“Minha música está nas letras,

              notas que se perdem na palavra”

 

                  Francisco Miguel de Moura*

 

 

Os sons dos meus rabiscos soam

Sonorosos onde as letras se perdem.

Meu papel em branco é leite e mel

Para o pensamento preso em nós...

 

Duros são os instantes do homem!

 

Solto meus cães e pássaros na manhã

Sem neblina, ao sol que me amanhece.

               E eles viverão.

 

Minha ciência é a crua natureza.

Deus é tão rico! Faz bonito e belo

Tudo o que faz. E inda há quem diga:

          Ai! que feia criação!

 

O diferente é belo e cabe no poema

Como na tela de um pintor barroco.

E este é, sim, igual a nossos pássaros,

Que levam nos seus braços nossa fé,

Voando para o além dos infinitos.

 

Terra é terra e Deus - vida e energia.

E no altar do papel - palco e juiz,

Vida e amor são luzes, são poesia.

 

____________________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, Teresina- PI- BR.

Este poema está no meu livro inédito “Além do Outono”

 

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