quinta-feira, 22 de setembro de 2016

UMA GUERRA QUE NÃO ACABA NUNCA

Francisco Miguel de Moura
Membro da Academia Piauiense de Letras.

            A luta do povo brasileiro não acabou porque acima dele (ou abaixo?) há o poder político, o poder do conchavo, os poderes criminosos que jamais acreditamos que haja. Mistérios da sociedade, mistérios da política!O título acima, eu tomei, em parte, emprestado de um livro de contos, de minha autoria, denominado “A rebelião das almas”. Foi uma obra de muito sucesso de venda e crítica, prefaciado pelo meu parente distante, escritor Moura Lima, que mora no Estado do Tocantins.
Vamos desenvolvê-lo com muita cautela, pois se trata de matéria já editada em “O Dia”, de 17 de setembro de 2016, isto é, na semana passada.
Estou triste porque, pela primeira vez, ouço falar que se trata do desdobramento da profunda crise que abateu o Brasil, nestas duas décadas de governo do PT, sendo Lula e Dilma os protagonistas principais da catástrofe política, econômica, financeira, ética e moral da História do Brasil. Nunca, antes, ninguém conseguiu o que eles conseguiram: tornar um país democrático, que ia bem, ficar tão pobre! Em poucos meses foram impedidos de seus postos de primeira grandeza na direção do país, ou seja, Dilma Roussef e Eduardo Cunha – os dois agora proibidos politicamente de exercer qualquer poder, descidos de suas máscaras para as de processados e julgados politicamente incapazes por improbidade.
A crise é enorme. Pergunto, eu, em que mais ela se desdobrará?
Quem dá uma opinião é o articulista do jornal acima mencionado, jornalista Inocêncio Nóbrega:
“Tal desdobramento pode seguir com a solicitação do “impeachment” (impedimento), em virtude do processo contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Ferreira Mendes. Para alguns críticos, tal pedido de impedimento, protocolado pelo PSDB-MT, no dia 13 de setembro, no Senado Federal, ao qual cabe, privativamente, conforme a Carta Magna do país, julgá-lo. A denúncia de 61 páginas, formulada por um grupo de eméritos conhecedores do Direito Constitucional, será acompanhado pelo advogado Marcelo Lavanere, Ex-presidente da OAB”.
Não vou citar os motivos elencados pelo jornalista, justo por ser do conhecimento de todos pela imprensa falada, escrita, televisada e pelas redes de whatsapp, facebook e outras, via celular.
Para mim, e acredito que para a maioria dos brasileiros, só o fato de haver o pedido de processo contra um membro da mais alta Corte de Justiça, estamos no cume de uma montanha onde um vulcão está prestes a explodir. É uma desconexão política terrível: duma só vez completa a desorganização do círculo dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Os motivos do processo são muitos, o jornalista os enumera e descreve seis, entre as acusações das mais graves de desrespeito à Constituição do Brasil, como se não bastassem tantos e semelhantes cometimentos produzidos por muitas autoridades neste período escuro, embriagado de corrupção que, infelizmente, o povo brasileiro está atravessando e sofrerá ainda por muito tempo.
Esta crise está sendo minorada graças à honrosa diligência com que está trabalhando o Presidente atual Michel Temer e o fará durante o pouco tempo de término de seu mandato de substituto, afirmando sempre que não pretende candidatar-se às próximas eleições. A “presidenta” afastada por crime de responsabilidade (ou seja, pra ser claro, por sua irresponsabilidade em dirigir o nosso querido Brasil), segundo noticiado, não perdeu os demais direitos políticos, em virtude da violação da Constituição, no próprio processo de impedimento, dizem que num acordo espúrio entre os Senadores e o Presidente da sessão. Mas esbarará na lei que ampara apenas os candidatos de Ficha Limpa.
Seria menos mal se assim fosse. Mas, um político (do PT), da área de maior influência do sttaf da ex-“presidenta” Dilma, declarou, alto e bom som, à imprensa, que “no Brasil, em política, tudo é possível”.
Pode ter sido até agora, tomara que não seja de agora em diante. Se a classe política não mudar esses maus costumes, o futuro do Brasil ficará para o próximo milênio, e olhe lá: faltam educação, saúde e segurança, a droga campeia nas favelas e desce para a cidade e para as praias. Já chegou a quase todas as cidades do interior do Brasil, dentro de pouco tempo – estes tempos do petismo e sua ânsia de mandar sempre, construindo uma nova classe como na Rússia da era Stalin. Cada criança sem escola, filha de pais sem trabalho, arranja logo: um pacote de droga pesado, armas e muita disposição para roubar na rua, invadir casas, sítios, fazer prisioneiros e principalmente matar, assassinar e estuprar desde crianças a mães gestantes, velhinhos de bengala, aleijados, etc. Para isto, os garotos têm a proteção da lei do menor, a proteção de outras, que são feitas no sentido da segurança deles e das autoridades que as protegem. Espalhou-se o medo no país. Como é que agora, em dois anos, um Presidente substituto, por melhor que seja, vai consertar tudo isto?  Em política tudo é possível mesmo, desde que não se tenha caráter, ética, moral, berço, sangue e sobretudo amor à pátria. Aquele amor à pátria que se ensinava nas escolas – meu pai era professor, por isto digo de cátedra. Esse amor ao Brasil sobrou apenas no Exército, nas Forças Amadas, não sei como, por milagre. Em dizendo isto, ninguém me venha acusar de ter sido favorável à ditadura militar. Não, ao contrário. E comunista é que não fui nem sou. Consegui milagrosamente livrar-me dela (a ditadura) e dele (o comunismo). Depois eu conto.

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