segunda-feira, 5 de setembro de 2016

DESCAMINHANDO - Poema

Francisco Miguel de Moura*

Caminho tortuoso e sem volta
é condenação ao desespero.

Melhor fingir no amor
ou jogar-se todo ao mar,
num rabo de baleia;
ou sob a proteção de mãe d’água
milagrosamente ressurgir
e ganhar a terra novamente,
embora em cores derruídas.

Caminho sem volta é eternidade
sem bilhete.
Caminhante, alguém o aguardará
no beiço das veredas, se voltares.

 Ir ou  voltar sempre, não descaminhar.
          
Os caminhos apagam os rastos arrependidos.

_______________
*FRANCISCO MIGUEL DE MOURA, poeta brasileiro, mora em Teresina - PI, vários livros publicados, completa agora 50 anos de poesia - "Areias", 1966, foi sua primeira obra pbulicada. Está reeditando sua obra num volume chamado de  "Poesia in Completa", a sair ainda em 2016, pela Academia Piauiense de Letras, entidade da qual é membro permanente, cadeira nº 8.

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