sábado, 30 de maio de 2015

FILOSOFIA: MÍTOS, SÍMBOLOS E POLÍTICA

Francisco Miguel de Moura*

          Filosofia é um termo do qual não precisamos explicação. Ela está em tudo: na política, na religião, na matemática, em todas as ciências e, principalmente, na poesia. Por isto é que em nosso tempo de ginásio, já os colegas diziam: “filosofia é a ciência tal, que, sem a qual a gente fica tal e qual”. Deixando a brincadeira de lado, vamos aos demais itens propostos. O símbolo é análise e comparação do homem na natureza e vê nele uma distinção importante.  “O homem é um animal político”, conforme Aristóteles. Outros filósofos modernos acrescentaram que o homem é também um animal religioso. Não sei se acrescentaram muito. Mas dizemos isto pra não ficar falando apenas nos gregos. Que venham os troianos, que haja sempre o contraditório.  

            Que tem a ver tudo isto com os mitos? Vamos agora falar um pouquinho deles.  Não acrescento muito ao popularmente já sabido. Apenas que o mito é uma necessidade do homem e da sociedade na sua evolução civilizatória. Ninguém contesta, porque a vida real seria insuportável, sem a criação de sua verdade. Mitos são as narrativas de forma simbólica sobre fatos e acontecimentos. Os símbolos são de duas partes inseparáveis: - o significante e o significado; 1º o significante representa algo abstrato, a alma, o espírito, por força de convenção, oposição, semelhança ou contiguidade semântica. 2º o significado é a forma, a história, o conto, a coisa (realidade concreta).  Desta forma, o símbolo é um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano. Os signos se misturam no símbolo, onde as duas partes faladas (significante e significado) se confundem, muitas vezes.  

       Vamos tratar, agora, de um mito objetivamente: o “Mito da Caverna”, bastante conhecido entre os bons leitores de filosofia, mitologia, religiões, gramáticas e lingüísticas. Segundo Sócrates, seu criador, através de Platão (Sócrates não escreveu nada), o mito construído por eles sobre a “Caverna”, no seu livro “A República”.  Na alegoria, narra-se o diálogo de Sócrates entre dois dos seus discípulos: Glauco e Adimato. Resumindo, é a história da vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e acostumaram-se a ficar sempre voltados para o fundo dela. Dali era possível, de vez em quando, contemplar uma réstia de luz que refletia sombras na parede do fundo da caverna, tornando-se este o seu mundo, o mundo das sombras. Um dentre esses “caverneiros”, certo dia, resolveu virar o rosto para o lado contrário, o lado de fora da caverna, e imediatamente ficou ofuscado e cego pela luz. Mas experimentando novamente, aos poucos, saiu da caverna e, de volta, contou aos demais que vira algo diferente “in loco”. Vira um mundo muito mais belo (beleza aqui é irmã gêmea da bondade). Entre tantas coisas como as árvores, os rios correndo água pelo leito, as cachoeiras, vira animais e aves, uns se mexendo, outros voando etc. Mas os “caverneiros” ignorantes não acreditaram, de jeito nenhum, no que ele falou, chamaram de mentiroso, ficaram com raiva e o mataram. 

    A civilização de hoje tem muito que aproveitar da lição platônica. Com isto não se quer diz que, em toda a filosofia, os gregos tivessem razão. Mas a democracia é um princípio para o político e humanamente civilizado, criado por eles. O “Mito da Caverna” não deixa de ser, em nossos dias, uma grande fábula para compreensão do que nos acontece atualmente. E planejar melhor o futuro próximo. Os gregos não sabiam tudo, mas sabiam quase tudo, e nos ensinaram. Quem criou a democracia? Eles, mas tivemos que aperfeiçoá-la. Os desvios políticos da democracia levaram e levam a humanidade às mais sangrentas lutas, guerras e males. E o povo é quem paga. Nas semi-ditaduras populistas, como está sendo a do Brasil, a era do PT criou a corrupção e o desvio soberbo de somas de dinheiro público, que seriam para a educação, cultura, saúde e segurança. O anormal se tornou normal. Dos bancos, das caixas, da previdência, etc. vão diretamente para os bolsos do partido e do governo e governantes, para contas no exterior e a vida nababesca deles e de apadrinhados, aos olhos dos brasileiros. Repisar nos estardalhaços do “mensalão” e do “petrolão” é apenas repetir o óbvio. Mas outras coisas devem ser lembradas: criaram quantos PECs (programas de aceleração de crescimento)?... E no que deu? A quebra não só da Petrobrás, mas também do governo. E, então, os que votaram e elegeram Dilma e Lula, o que são?  Simples “caverneiros”, donos da caverna que mantêm prisioneiros aos milhares, sem direito de ver uma restea de luz. Das obras planejadas, nenhuma construída: transnordestina, transposição do Rio São Francisco, metrôs, melhorias no transporte, nada cumprido. As obras reais do PT e seus governos são: “N-A-D-A!”, exceto o programa “Minha Casa, Minha Vida”, mas agora já totalmente desfigurado. Sabem o que eles, nossos últimos governos, têm feito? Palavras, discursos, promessas, transformação de uma repartição em duas para aumento número de empregos dados aos seus apadrinhados, a maioria semi-analfabetos. Também têm desviado grandiosas somas para entregar aos países amigos, pobres: Bolívia, Venezuela, Cuba, Uruguai e outros países da África e da Ásia, através do BNDS, correndo em “segredo de estado”. Como o caso foi ao Supremo Tribunal Federal, agora vão obrigar-se a prestar contas ao TCU. O resto, para falar o óbvio, são bolsas e mais bolsas-escola (será que, os a quem se destinam, estudam, sem escola nem professor?), bolsas-família (onde e como está a família brasileira, meu Deus!). E outras bolsas que nem sei o nome. No do dia da eleição, saem a distribuir notinhas de cruzeiros que já não valem nada. Inflação e infração! 
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Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras- email: franciscomigueldemoura@gmail.com
         

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