É fácil dizer o que é. E não deve ser difícil votar bem.
“O VOTO É UMA ARMA, SAIBA ATIRAR PARA ACERTAR O ALVO CERTO”, concordo com isto.
É preciso saber a valia do voto, a qualidade do voto. Eleitor, se seu voto for bom, o país melhora e, com ele, você, sua família, seus vizinhos, todos os brasileiros e brasileiras. No caso, votar para eleger o (a) Presidente de República, é o mais valioso. Sabemos que o nosso país é uma democracia presidencialista, onde o chefe maior tem grande poder, só não estando acima da lei. Mas quem faz a lei? Quem aprova a lei? Quem administra a lei? Eleitor, seu voto elege, no Brasil, um mandatário para 4 anos, com direito a reeleger-se por outro período igual, mesmo mantendo-se no poder e usufruindo de todos os benefícios que o cargo encerra. Esse segundo mandato foi instituído por imitação aos Estados Unidos. Nosso irmão do Norte é realmente uma federação, por isto tem o nome de Estados Unidos. O Brasil é federação no nome e na lei, menos na prática. Por isto é que considero que os demais votos (governador, prefeito, deputado estadual, vereador) valem menos em poder que o da eleição do Presidente da República, Senadores e Deputados Federais, mas a ação de votar é sempre louvável. Há muitos tipos de voto: O voto vendido e o comprado (com dinheiro), o voto trocado por favores; há o voto do analfabeto e do “analfabetizado”. São votos inconscientes ou, se conscientes, feitos por quem não tem bom caráter, não é uma pessoa correta. Há o voto consciente daqueles que acompanham as notícias e a vida dos candidatos, sabem do seu caráter da sua ética, e ainda mais: procuram saber o que pretendem fazer do seu mandato, qual é o seu programa de governo. Quem tem ficha suja não merece voto nenhum: isto é consciência. Quem vota consciente são os cidadãos de dignidade, não importa que sejam pobres, médios, ou ricos. Pobreza não é defeito. Mas safadeza, sem-vergonhice, mentira, ladroagem, corrupção são indignidades, são defeitos de uma ética torta e de uma moral desmoralizada, defeitos que levam invariavelmente à corrupção, em qualquer parte. Imagine-se quando o detentor se julga dono do poder ou de uma parcela do poder.
Sobre a corrupção, que é o que temos muito no Brasil, é bom ler o que disse um juiz da Suécia, país dos mais adiantados politicamente: “CORREÇÃO E CASTIGO DA CORRUPÇÃO SÃO AS DUAS COISAS PRINCIPAIS PARA QUE A DEMOCRACIA FUNCIONE E O PAÍS SE DESENVOLVA”. Ou seja, tolerância ZERO à corrupção. Quem compra ou vende voto é corrupto, é “ficha suja”, merece ser punido severamente, esteja no poder ou não.
Meu caro leitor, com apenas dois dígitos aplicadas à maquininha que o Tribunal Eleitoral coloca, numa cabine indevassável, você pode eleger ou derrotar um candidato - no caso da próxima eleição – a mandatário geral deste país. E que tipo de país você quer que o Brasil seja, meu povo brasileiro? Um país progressista ou um país paupérrimo? Um país democrático ou um país ditatorial, onde a alternância no poder, tanto de pessoas quanto de partidos, não conta?
Os regimes chamados comunistas nunca chegaram a uma democracia ideal (“governo do povo, pelo povo e para o povo”) nem chegarão. Esses países empobrecem. Primeiro pela guerra, seja a guerra formal, seja a intestina; segundo pela doutrina ou ideologia, pois, de Marx a Stalin, o que pregaram foi simplesmente a distribuição. Mas como se distribui o que não se produziu? O comunismo é uma doutrina primitiva, imita a tribo. Seria bom se todos fossem iguais na cor, nas posses, no saber, na saúde, em tudo da vida, enfim? Não sei. Deus, na sua suprema inteligência, nos criou (e tudo mais da natureza) diferentes. A diversidade conta muito. Um mundo todo igual seria monótono e muito triste. Repartir a riqueza - não igualmente, porque é impossível - é necessário, mas dentro da democracia, com educação, saúde e segurança assegurados pelo Estado com os impostos e taxas que os que podem mais pagam. E só pagarão satisfeitos se o país progredir. Quando se inclui um, exclui os outros: Toda inclusão democrática se dá pela educação, saúde e trabalho.
Mas, voltando ao que interessa, é bom citar quem sabia mais do que nós. E escolho a escritora Raquel de Queiroz. Na revista “O Cruzeiro”, ela publicou, em 11 de janeiro de 1947: “Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo. (...) Escolhemos igualmente pelo voto aqueles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aqueles que irão estipular a quantidade desses impostos (...) Escolhem-se, nas eleições, aqueles que têm o direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático. E, circunstância mais grave e digna de todo o interesse:- Dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de todas as Forças Armadas: o Exército, a Marinha, a Aviação, as Polícias”. Nas suas observações, quase tudo ela disse, exceto que os membros do Superior Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República. E é onde a coisa mais pega, pois, de certa forma o Poder Judiciário está sujeito aos outros dois poderes.
Votar é perigoso. Leitor, cuide de sua arma. “Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades”, disse Benjamin Franklin.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, tradutor, ficcionista e crítico literário, membro da Academia Piauiense de Letras(APL -Teresina PI - Brasil) e da Associação Internacional de Escritores e Artista (Toledo, OH, Estados Unidos).
2 comentários:
Ótimo artigo, quem dera eu soubesse escrever assim!
Obrigado,Franklin, meu querido filho leitor. Todos nós somos capazes de fazer aquilo que nos propomos, com ou sem dificuldade. Eu luto muito, dede rapazinho, para escrever bem. acredito em leitores, principalmente sendo filho como você.
Bênçãos e abraços
chico miguel
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