Escritor e professor
Eu também acreditava ser possível fazer algo pelos pobres, como grande parte dos brasileiros. Inclusive, trabalhei e contribuí para a campanha contra a fome encetada pelo Betinho, que queria acabar com a praga no Brasil, sem vinculação a nenhuma ideologia. A sua caminhada foi limpa e séria. Pois é assim que se faz. Jamais alcançaremos o bem através de métodos e meios escusos, como, na maioria das vezes acontece na política. Nenhum altíssimo objetivo justifica que usemos o mal para atingir os bons fins. Roubo, furto, corrupção dos cofres públicos, por exemplo, não são bons meios, bons atos e hábitos. Nunca.
Com o “Mensalão” ficamos estupefactos. Não que não soubéssemos de algo assombroso, mas não se tinha esperança de julgamento e penas, embora tão leves, para os indiciados. Assombraram-nos os atos e os fatos. Ninguém poderia imaginar que houvesse acontecido tanto desvio de recursos públicos como ali. O dito - “não sei de nada, não vi nada”- do falastrão presidente Lula, nos acordou.
Sim, falando em maldades políticas, não se pode esquecer nem um pouco do Piauí, que é uma pequena e pobre terra de gente desconhecida do sul. Mas a nação é uma só: Brasil e brasileiros. Quando vi e ouvi pela televisão, a apreensão dos 180 mil reais, pela Policia, dinheiro escondido no banco traseiro de carro dirigido por um irmão, parente ou empregado de um dos candidatos a Governador mais apontado pelas pesquisas (quem acredita ainda em pesquisas?), não pude entender imediatamente. Depois, senti que o rio de lama que corre nos governos da era PT é muito grande. Por isto não acredito nas pesquisas. Ainda creio no bom senso, na sabedoria do nosso povo, principalmente daqueles que sabem ler e escrever e têm condição de vida melhor, portanto liberdade maior para escolher. Ora, com tanta corrupção, quem sabe o que ocorre por baixo do pano dessas pesquisas? Sim, mas o dinheiro vinha de Brasília para o Piauí, em plena campanha eleitoral. Fato notório, divulgado pela mídia. Fiquei rezando o credo. Como pôde acontecer isto? O processo está correndo na Justiça. E até agora ninguém pode prever o resultado.
Um amigo residente em Brasília, incomodado por eu falar tanto do PT, chamou-me de “petrófobo”. Poder-lhe-ia (não perguntei a Dilma se o emprego do pronome mesoclítico é erro) ter respondido que ele era “petrólatra”. Que diferença há entre fobia e idolatria? Somente a dos extremos, pois que estes se tocam. Quando o PT começou a participar das campanhas eleitorais, nos diziam seus líderes: “NÓS VAMOS MOSTRAR AO BRASIL UM JEITO NOVO DE FAZER POLÍTICA”, como se viessem trazer mudança na política e na administração pública. Não descremos, inicialmente, de suas boas intenções. Votei no Lula, no segundo turno, por falta de melhor opção. Aliás, pela mesma razão havíamos votado nele em vez de em Collor de Mello. Mas depois fomos vendo que eram só palavras, nenhuma novidade trazia esse partido. As coisas foram andando e andando mal e AS BOAS INTENÇÕES do início desapareceram. Já dizia Marx, o filósofo, que “o caminho do inferno está cheio de boas intenções”.
Quase tomei outro susto quando veio a CPI da Petrobrás e todo aquele escândalo sendo negado pelo governo, embora (“uma certa imprensa”): Veja, Época, O Globo, A Folha de São Paulo e tantos outros órgãos tenham divulgado. Para melhor esclarecimento, acabo de ler, no num dos jornais da nossa Província, a seguinte nota assinada por Ricardo Noblat, naturalmente apanhada na imprensa do sul: “Na sabatina de “O Globo”, na última sexta-feira, Dilma garantiu que nunca teve afinidade com Paulo Roberto Costa, preso como um dos célebres do esquema de corrupção da PETRORÁS estimado em 10 bilhões. Paulo Roberto foi convidado de Dilma para o casamento de sua filha em abril de 2008. Lá, encontrou o Lula, que o chamava carinhosamente de Paulinho”. Noblat observa que o “Mensalão” é apenas “troco” se comparado a esses 10 bilhões da Petrobrás.
Mas, como diz o homem simples do povo “as coisas querem é começo” e acrescento que “as coisas querem também tradição”. A história é tradição, tudo de bom que fizemos desde “a era das cavernas” até agora conta como tradição. O que é positivo vai eliminando o negativo, para que a sociedade progrida. E, até prova em contrário, a civilização é um fato, se acaba em algum lugar ressurge com mais força noutro. Explicando um pouco, dentro da ideologia do PT (se é que ainda tem resquício da ideologia inicial), consta a frase célebre do sábio Lula que diz “nunca ninguém antes de mim”... que me contrariou. E só não é boçal porque foi dita por um presidente. É como se tudo fosse o caos antes dele e do seu PT. Como se ele e o partido fossem deuses.
E agora, damos por encerrada nossa conversa de hoje, meu caro leitor, transcrevendo trechos de uma matéria do jornalista Felix Mayer, de 25.7.2014: “Lula foi uma liderança sindical criada e incentivada pelo general Golbery do Couto e Silva, para neutralizar o projeto político de Leonel Brizola (...) Passados esses anos todos, descobriu-se que Lula, o cabo Anselmo do ABC, conseguiu enganar a todos, a começar por Golbery, que julgava ter ajudado a criar uma oposição digerível, o Partido dos Trabalhadores. O “Barba” provou que não é democrata, mas uma figura desprezível que se ligou a tiranos sanguinários comunistas, como Fidel Castro, para transformar a América Latina em uma nova União Soviética: - a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Por acaso o nome não lembra a União Soviética”?
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*Francisco Miguel de Moura (ChicoMiguel) – Escritor e Membro da Academia Piauiense de Letras (APL-PI), membro da União Brasileira de Escritores (UBE-SP) e s´cio da IWA (International Writers and Artists Associatino) - Estados Unidos.
2 comentários:
Nem só de lula vive o "polvo"!
Franklin,
Meu polvo não seja tão tolo
pra engolir lulas (e dilmas),
havendo tantos apolos
e divas.
chico miguel
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