de Moura*
Não falo de você, meu caro leitor, é claro. Você está me lendo e, talvez, escrevendo publicando como eu. Não falo de todos, mas da maioria silenciosa, às vezes não por causa própria. Mas as causas podem ser corrigidas no curso de uma existência com pessoas boas, na sociedade. Refiro-me aos que não sabem ler, e quando sabem não querem, tem raiva de jornais e livros, odeiam quem leva um livro à mão ou ficam horas e horas, nas filas dos consultórios médicos, lendo um bom livro ou compulsando revistas. Há muitas brincadeiras com os leitores. Chamam-nos de poetas, “vivem no mundo da lua”. Mas nunca vou deixar de gostar de ler, de escrever, de saber do que se passa. É uma verdadeira riqueza: saber ler, interpretar, discutir, escrever e viver com os sábios. Não achamos que somente o comércio, as trocas e baldrocas são o progresso, somente a burocracia é o progresso, os que podem e gastam à vontade podem levar-nos ao progresso. Para os últimos, somente a politicagem é sabença, a venda e compra de votos é vantagem e um bom negócio, seja com dinheiro sujo, seja com favores inconfessáveis. Os políticos, aqueles que estão empoleirados no poder e nos cargos da burocracia enchem os bolsos, lícita ou ilicitamente, não saem do partido que está de cima. Não dizem em quem votam, ou não votam em ninguém. Esse tipo de brasileiros tem má informação, mau caráter, ou os dois defeitos juntos. Porque existe essa classe de gente é que o brasileiro não tem partido. Aliás, existem dois: o de quem está no governo e o dos que estão de fora, trabalhando. Em tempo de eleições, os preguiçosos “bolsistas”, sugando os poderosos do dia, nada dizem. Mesmo assim, há os que criticam. São os “bocabertas” que elogiam, mas sabendo que correm o risco de, quando o partido do governo cair, vir a ter problemas para localizar-se bem. Ninguém quer ser oposição. Todos têm medo e fazem medo aos que poderiam usar a sua liberdade de expressão, já que a liberdade de ir-e-vir nos é tolhida pelos ladrões e assassinos. Ninguém se liga a programas para o Brasil e antecedentes dos candidatos, liga-se apenas às enganosas pesquisas para pegar “tolos”.
Covardia, eis uma das principais qualidades do brasileiro em geral; ou por medo ou por ignorância. No trânsito, são brabos, nunca erram, embora estejam sempre cometendo erros. Mal educados. Sabem que se matar alguém não terá nenhuma punição, se pegar multa pode requerer anulação, revisão, dispensa ou sei lá o quê. Por exemplo, procrastinar o pagamento de uma ninharia. O valor das multas, das fianças são um incentivo ao destrambelhamento na vida com relação ao próximo. Sair sempre vencendo, este é que é o lema. No trânsito, na conversa, no trabalho, no emprego, na política.
Burlar a lei é uma coisa que não podem deixar de fazer. E os fazedores de leis pensam, pensam, e terminam deixando buracos e brechas, pois por essas brechas é que vão ser salvos. O voto é livre, mas o eleitor também é livre para votar em quem quiser, declarar ou ficar em silêncio.
Cada época inventa uma moda, só pensando em beneficiar-se dela. A dos últimos 12 anos é “incluir” x “excluir”. Não lembram que quando se inclui “uns” já se exclui “outros”. Em nossa Constituição está escrito que “somos todos iguais perante a lei”. Já sabiam os legisladores, de antemão, que todos somos desiguais perante a natureza, perante Deus. Por isto não se fala na Justiça em causa dos outros. Dela só se lembram quando em causa própria, ou quando tentam comprar, quando a iludem, quando dominam o juiz ou os julgadores. Em resumo: - A maioria dos brasileiros gosta de ditaduras: ontem a dos militares (1964), hoje esta ditadura branca (Lula-Dilma) de quase 12 anos, querendo elevá-la para os 16, se conseguirem eleger a Dilma, o que duvido muito.
É difícil, pesado mesmo ser brasileiro sério, disposto a observar as boas regras e costumes, a ética. Nobreza é uma palavra que só serve na hora dos xingamentos. Mas eu sempre estive do lado dos que estão perdendo. Eu sou do lado daqueles que assinaram a nossa Constituição. O Lula, não. Ele não assinou. Será que foi por ser analfabeto ou por maldade? É bonito! O Lula, analfabeto, vir do nada e chegar a Presidente, o mais corrupto – veja-se o “Mensalão”. Certamente tenha uma “inteligência” grande (entre aspas) dirigida para o mal. T"aí no que deu. Seu lugar-tenente no primeiro mandato, o secretário de tudo, o Zé Dirceu – está na Papuda, junto com outros políticos de sustentação do seu governo. A Dilma, que ele chamou para perto de si – fê-la sua secretário geral – está aí, às portas de perder o pleito. Por quê? Assinou papéis na Petrobrás sem ler o texto. “Não li nada, não sei de nada, vou mandar apurar”, diz publicamente. Quem vai apurar não é ela não, meus queridos leitores. É a CPI do Senado e outras entidades como a Polícia Federal e os Tribunais de Justiça. Ela pegou bem a lição do mestre. Os dois, num país sério, já teriam pegado a reta por um IMPEACHMENT como o Collor. Mas eles vão pegar a derrota definitiva.
Eu e você, leitor, somos brasileiros do grupo menor, dos excluídos, dos “inimigos” deles (eles não nos têm como adversários): - O Brasil está dividido entre dois grupos: os brasileiros de cima e os brasileiros de baixo - os de cima dizendo que os de baixo são inimigos. Lembremos do que está dito na Bíblia: “A CASA DIVIDIDA UM DIA CAI” (citação feita de oitiva, mas o conteúdo é verdadeiro).
A casa de que falo, és tu, Brasil; somos nós todos, irmãos.
____________*Francisco Miguel de Moura - Escritor, membro da APL (Academia Piauiense de Letras, Piauí); sócio da UBE-SP (União Brasilira de Escritores)-São Paulo; e da IWA (International Writers and Artists Association) - Estados Unidos.
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