terça-feira, 20 de dezembro de 2011

POEMAS E VERSÕES (ESPANHOL) - I

Poemas:
   Franciso Miguel de Moura       
    Versões:       
Divaneide Carvalho

A JOIA RARA
 

Luz e sombra dão na mesma cor
dos olhos e do carinho.
Dizem que amor não some,
renasce do lodo, mansinho.

Mas preciso agora escutá-lo,
não abandono o que ganhei,
neste momento, sobretudo,
quando tentam riscar o passado.

Lábios e corações, ó, não se fechem,
os olhos têm a última esperança.
Que reste sempre um fio de cabelo
no tempo de cada um, nas entranhas.

Um vintém de qualquer aventura
para os que não conseguem
nessa margem se perder.

LA  JOYA  RARA

luz  y  sombra dan  el  mismo color
de  los  ojos  y  del  cariño
dicen  que  el  amor  no desaparece
renace  del  lodo,  mansito

mas necesito ahora  escucharlo
no abandono  lo que  gané
en  este  momento, sobre  todo
cuando intentan eclipsar el  pasado

labios  y  corazones,¡oh!, no se cierren
los ojos  tienen  la  última esperanza
que  reste siempre una  hebra de cabello
en  el  tiempo de cada  uno, en  las entrañas

un ínfimo de  cualquier aventura
para  los  que  no consiguen
en  ese  margen  perderse.


   O TEMPO EXISTE!

      
Existe um tempo que sequer sentimos,
existe um tempo que sequer pensou-se,
existe um tempo que o tempo não trouxe,
existe um tempo que sequer medimos.

Existe mais: um tempo em que sorrimos,
diferente do tempo em que chorou-se,
e um tempo neutro: nem amaro ou doce.
Tempos alheios, nem sequer são primos!

Existe um tempo pior do que ruim
e um tempo amado e um tempo de canção,
existe um tempo de pensar que é o fim.

Tempo é o que bate em nosso coração:
um tempo acumulado em tempo-sim,
e um tempo esvaziado em tempo-não.
                 
¡EL TIEMPO EXISTE!

 
Existe un tiempo que siquiera sentimos,
existe un tiempo que siquiera se pensó,
existe un tiempo que el tiempo no trajo,
existe un tiempo que siquiera  medimos.

Existe más: un tiempo en que sonreímos,
diferente del tiempo en que se lloró,
y  un tiempo neutro: sin dulce o amargor.
¡Tiempos ajenos, ni siquiera son primos!

Existe un  tiempo peor  que  ruin
y un tiempo amado y un tiempo de canción,
existe un tiempo de pensar que es  el  fin.

Tiempo es  lo que pulsa en  nuestro corazón: 
un tiempo acumulado en  tiempo – sí,
y  un  tiempo vaciado en  tiempo – no.

O QUE É A SAUDADE
          
Impossível saber o que é a saudade...
Uma palavra?  A cor de uma tristeza?
Ou uma felicidade  sem certeza
que em nós se instala como eternidade?

O que passou, passou, não é verdade?
Ou nos ficou do tempo a chama acesa?
Saudade, um não-sei-quê que traz leveza?
Ou apenas enganos, leviandade?

Está no corpo inteiro ou está na alma?
E se está, por que não nos traz a calma?
Por que nos mata  assim, tão devagar?

Saudade, o teu passado é tão presente,
és uma dor que chega de  repente
e que parece  nunca vai passar.
   

AÑORANZA


Imposible saber lo que es añoranza...
¿Una  palabra? ¿El color de  una  tristeza?
¿O  una  felicidad sin certeza
que en  nosotros  se instala como eternidad?

Lo  que  pasó, pasó, ¿no  es  verdad?
¿O  nos  quedó  del  tiempo la  llama encendida?
Saudade, ¿un no sé qué que trae levedad?
¿O  solamente un sueño, una vanidad?

¿Está  en  el cuerpo entero o  está en  el alma?
¿Y  si  está, por  qué  no nos  trae la calma?
¿Por  qué  nos  mata así, tan despacio?

Añoranza, tu  pasado es  un presente,
es  un dolor que, llegando de  repente,
hasta  parece  que  nunca  va  a  pasar.


OUTROS TEMPOS

      
Tempo por tempo é prática sem pejo,
tempo maior – comparação inútil,
tempo menor – gastar com coisa fútil,
tempo sem dó é tempo sem desejo.

Tempo de sol nos chama como arpejo,
tempo de mi(m) –  enevoado inverno,
tempo sem hora –  aquele quase inferno,
tempo do outro  – esquecimento! – eu vejo.


Tempo sem nome vem no beijo ardente,
pra se saber que é tempo basta crer,
tempo sem tempo é tempo inconsequente.

Tempo de amor, eis  tudo o que se quer,
carinho e graça, é  quando alegremente
os contrários dão tempo a um novo ser.



OTROS  TIEMPOS


Tiempo por tiempo es  práctica sin pudor,
tiempo  mayor  ― comparación  inútil,
tiempo menor ― gastar con  cosa  fútil,
tiempo  sin  pena  es  tiempo sin deseo.

Tiempo de  sol  nos  llama como arpegio,
tiempo de  mí  ―  un nebuloso  invierno,
tiempo sin  hora  ―  aquél casi  infierno,
tiempo del  otro es  tiempo que  no  veo.

Tiempo sin nombre viene en  beso ardiente,
para    saberse que  es  tiempo basta  creer,
tiempo  sin  tiempo  es  tiempo  inconsecuente.

Tiempo de  amor  es todo lo que se quiere,
cariño  y  gracia  es  cuando alegremente
los  contrarios  dan  tiempo a  un  nuevo  ser.



SORRISO VENENO


Mais belo que o sorriso que ela solta,
qual explosão da natureza em flor,
somente o céu, a abertura do amor.
Pois nada há de melhor em sua volta.

Seu prestígio do olhar consola a dor,
aplaca anseios, enriquece e adoça
a alma do viajor que acaso possa
deixar de viajar, ser seu senhor.

E quanta vez a gente desperdiça
seus passeios, perdido, sem saber
desfrutar todo o gozo que ela atiça!

Mulher, faz meu caminho mais ameno,
deixa eu sentir teu público veneno,
que eu beberei morrendo de prazer.

SONRISA VENENO


Más  bello que la sonrisa que ella suelta,
como explosión de la naturaleza en flor,
solamente el  cielo, la abertura  del  amor.
Pues  nada  hay  de  mejor  en  su  vuelta.

Su  prestigio del mirar consuela el dolor,
aplaca deseos, enriquece y endulza
el  alma  del  viajante, si  acaso pueda
dejar  de  viajar, para  ser su  señor.

¡Y cuántas veces uno desperdicia
sus paseos, perdido, sin saber
disfrutar todo  el  gozo que ella atiza!

Mujer, haz  mi camino más ameno,
deja  que  yo  sienta  tu  público veneno,
que  lo  beberé  muriendo de  placer.
                              
__________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, com mais de 30 livros publicados, mora em 
Teresina, PI.
** Divaneide Carvalho é professora com mestrado em espanhol, poetisa (um livro publicado). Mora em Teresina - PI
 

8 comentários:

carmen silvia presotto disse...

Meu amigo querido, bom estar aqui, sempre junto a grande poesia, hoje, além de te ler, venho para deixar meu carinho e votos de um Feliz Natal junto a todos familiares e que 2012 siga sendo uma grande possibilidade poética.

Carinho,

Carmen

CHIICO MIGUEL disse...

Carmen sílvia Presotto,
minha distinta amiga,
Leia meu poema de natal no seguinte blog:
http://abodegadocamelo.blogspot.com
Muito grato pela visita e votos de natal.
abraços
francisco miguel de moura

ROSIDELMA FRAGA disse...

Amigo poeta,
seus poemas em outro idioma ficaram belíssimos. O espanhol é muito sensual e o teu poema Alma tatuada já era de meus preferidos, agora assim ficou como um manjar dos deuses. Abraços. Rosidelma.

CHIICO MIGUEL disse...

Rosidelma,
Não sei se você observou uma pequena mudança ocorrida no oitavo verso, que passou a ser assim:

"e nos transes de dor ensurdecer".

Finalidade da reescrita: tirar ou substituir a palavra "apanhar" no sentido de "pegar uma surra", que nem sempre é entendida no Brasil inteiro e, com isto,também facilitar a tradução para outras línguas.
Não sei se você aprova. Submeto ao seu grande senso crítico.
Mas o elogio seu me vale mais do que muitos presentes de natal.Obrigado, minha generosa amiga.
Mando-lhe um abraço de meia légua, como dizia o Fontes Ibiapina.
FRANCISCO MIGUEL DE MOURA.

Anônimo disse...

adorei n sou uma apreciadora de poesia n sou fanatica mas essas me tocaram muito

Anônimo disse...

Muito lindo, adorei todos os poemas! (Adorei as duas versões, tenho vontade de aprender espanhol ou italiano). Bom Sábado! :)

Sara disse...

Espero que ler este e traduzi-lo em espanhol, porque eu estou indo agora para tentar fazer uma viagem para aprender espanhol se eu conseguir um apartamento 4rentargentina

anna julia disse...

eu achei o primeiro poema muito bonito principalmente os que estavam em espanhol, apesar deu ter dez anos

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