Francisco Miguel de Moura
Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras - Teresina
e da IWA - International Writers and Artists Association-EUA
Que fazer do meu diploma? Esta é a pergunta que os formandos e formados, nas universidades, sejam públicas ou particulares, estão se fazendo. E com razão, pois não encontram emprego dentro das respectivas áreas escolhidas. Pregar o diploma na parede de sua alcova, ou mesmo na sala de visita, por melhor que seja, para que todo mundo saiba de sua formatura, isto não satisfaz à sua sede de trabalhar, de contribuir. Pior é quando o formado termina a universidade e não pode receber o diploma, pois a entidade de ensino não é reconhecida pelo Ministério da Educação.
Estamos construindo um século novo em que a técnica é chamada para tudo. Quem sabe fazer alguma coisa útil encontrará mercado, sempre alguém estará disposto a usar, comprar, consumir. Por que não se estimulam mais aberturas de boas escolas técnicas do que universidades? Ao que se sabe, o estudo universitário brasileiro, por mais que a área seja técnica, por menos que seja intelectual, tende para o academicismo. Talvez seja um vício gerado no colonialismo português. Ou seria atavismo? Quanto tempo necessitamos para apagar o mau vezo, ou para nos desfazermos dos vícios de quatro séculos? Não, “o hábito, esta segunda natureza” poderá ser com pertinácia, vontade política e trabalho, obstaculizada, zerada.
Mas não creio que as autoridades educacionais, inclusive os senhores Ministros da Educação, Cultura e Economia ou Desenvolvimento já tenham pensado seriamente nisto. Por isto não respondem a esses milhares de formados e desempregados sobre tal aflição. O setor educacional deveria ter um rígido controle. Universidade sem capacidade de ensinar intensamente ao bacharel – médico, dentista, engenheiro, agrônomo, etc. – seria uma excrescência. Coexistindo a medicina, a filosofia, a teologia, os cursos de bacharelato em letras, línguas, lingüística, estatística, informática, todos em bom nível, é isto que faz a universidade. O mundo social e humano é diversificado, plural, e, hoje, o mundo da competência. Enquanto houver mercado de trabalho haverá concursos, modos de escolha dos melhores. Reclama-se é porque se abrem universidades e escolas às tontas, sem certeza do tipo que a nação quer, precisa. O formado, depois 5 ou 6 anos alisando bancos, fazendo pesquisas e trabalhos, entrevistas e ensaios, experimentando no campo, chega à casa dos pais, de volta, e fica olhando as telhas, contando as manchas de sol entre as vagas do telhado, esperando por quem não vem: o emprego. Simplesmente porque a sociedade não comporta. Esse mal da tanta abertura universitária – e é necessário, pois mais gente quer fazer vestibular, entrar, fazer seus estudos e depois voltar ao campo de atividade para o qual se preparou – são a autorização e reconhecimento de favor, para satisfazer este ou aquele deputado ou senador.
Sentado no consultório de um médico, esperando a vez, pego a revista “Isto É”, do ano passado, precisamente de 13/8/2008, e dou de cara com alguns dados impressionantes: 87% dos cursos foram classificados de ruins pela ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), entidade da dependência e administração do MEC; apenas 4 faculdades tiravam nota máxima, isto é, são excelentes: Ciências Médicas – Porto Alegre e as Universidades Federais do Rio, Rio Grande do Sul e Mato Grosso; dos 153 cursos de Medicina, pelo menos 27 não têm condição de funcionar; e 4 médicas tiraram as notas mais baixas da avaliação. Por sorte nenhuma das quatro está no Piauí, mas duas são do nordeste. Não sei dos dados relacionados a este ano, mas acredito que não mudaram muito.
Se for assim, só nos resta lamentar.
Estamos construindo um século novo em que a técnica é chamada para tudo. Quem sabe fazer alguma coisa útil encontrará mercado, sempre alguém estará disposto a usar, comprar, consumir. Por que não se estimulam mais aberturas de boas escolas técnicas do que universidades? Ao que se sabe, o estudo universitário brasileiro, por mais que a área seja técnica, por menos que seja intelectual, tende para o academicismo. Talvez seja um vício gerado no colonialismo português. Ou seria atavismo? Quanto tempo necessitamos para apagar o mau vezo, ou para nos desfazermos dos vícios de quatro séculos? Não, “o hábito, esta segunda natureza” poderá ser com pertinácia, vontade política e trabalho, obstaculizada, zerada.
Mas não creio que as autoridades educacionais, inclusive os senhores Ministros da Educação, Cultura e Economia ou Desenvolvimento já tenham pensado seriamente nisto. Por isto não respondem a esses milhares de formados e desempregados sobre tal aflição. O setor educacional deveria ter um rígido controle. Universidade sem capacidade de ensinar intensamente ao bacharel – médico, dentista, engenheiro, agrônomo, etc. – seria uma excrescência. Coexistindo a medicina, a filosofia, a teologia, os cursos de bacharelato em letras, línguas, lingüística, estatística, informática, todos em bom nível, é isto que faz a universidade. O mundo social e humano é diversificado, plural, e, hoje, o mundo da competência. Enquanto houver mercado de trabalho haverá concursos, modos de escolha dos melhores. Reclama-se é porque se abrem universidades e escolas às tontas, sem certeza do tipo que a nação quer, precisa. O formado, depois 5 ou 6 anos alisando bancos, fazendo pesquisas e trabalhos, entrevistas e ensaios, experimentando no campo, chega à casa dos pais, de volta, e fica olhando as telhas, contando as manchas de sol entre as vagas do telhado, esperando por quem não vem: o emprego. Simplesmente porque a sociedade não comporta. Esse mal da tanta abertura universitária – e é necessário, pois mais gente quer fazer vestibular, entrar, fazer seus estudos e depois voltar ao campo de atividade para o qual se preparou – são a autorização e reconhecimento de favor, para satisfazer este ou aquele deputado ou senador.
Sentado no consultório de um médico, esperando a vez, pego a revista “Isto É”, do ano passado, precisamente de 13/8/2008, e dou de cara com alguns dados impressionantes: 87% dos cursos foram classificados de ruins pela ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), entidade da dependência e administração do MEC; apenas 4 faculdades tiravam nota máxima, isto é, são excelentes: Ciências Médicas – Porto Alegre e as Universidades Federais do Rio, Rio Grande do Sul e Mato Grosso; dos 153 cursos de Medicina, pelo menos 27 não têm condição de funcionar; e 4 médicas tiraram as notas mais baixas da avaliação. Por sorte nenhuma das quatro está no Piauí, mas duas são do nordeste. Não sei dos dados relacionados a este ano, mas acredito que não mudaram muito.
Se for assim, só nos resta lamentar.
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