segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

 

PAISAGEM POR DENTRO

 

             Francisco Miguel de Moura*

             (Para Rubervam do Nascimento)

 

Abro os braços, paro

para a paisagem

descortinada janela a fora

aos meus olhos arregalados.

 

E o coração? Este coração-flagelo?

Mas a vida vem bela, é bebida aos poucos:

- O verde enverdece o sol,

o amarelo traz fruta-esperança,

a saudade em chuva e orvalho

cai (dos tempos de criança).

Bate-me por dentro, nas laterais:

- As narinas sentem

os ouvidos ouvem

o vento

e seus mistérios e eflúvios

arrepiando a pele como tentáculos.

 

A alma que voava

pousou num corpo cansado

à beira do sonho.

___________

 

  * Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

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