PAISAGEM POR DENTRO
Francisco Miguel de Moura*
(Para
Rubervam do Nascimento)
Abro os braços, paro
para a paisagem
descortinada janela a fora
aos meus olhos arregalados.
E o coração? Este coração-flagelo?
Mas a vida vem bela, é bebida aos poucos:
- O verde enverdece o sol,
o amarelo traz fruta-esperança,
a saudade em chuva e orvalho
cai (dos tempos de criança).
Bate-me por dentro, nas laterais:
- As narinas sentem
os ouvidos ouvem
o vento
e seus mistérios e eflúvios
arrepiando a pele como tentáculos.
A alma que voava
pousou num corpo cansado
à beira do sonho.
___________
* Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário