POETA: O EU E O EGO
Francisco Miguel de Moura*
Pequei, Senhor, no curso dos meus dias,
Porque não soube me conter no amor:
Meu “ego” só pensava em poesias,
Meu “eu” encarcerando um sofredor.
Não quis saber do que era mais virtude
Do que um olhar apenas, no calor
De emoções passageiras, sem valor,
Pensando e escrevendo o que não pude...
Meu “ego”, tentador, desenfreado,
Quis, das palavras, tudo, e ao seu agrado,
Sentindo as tolas emoções, fatais...
Como poeta, ai! Sei que pequei tudo!
Mas o meu “eu”, enfim, governou, mudo,
E, consciente, não pequei jamais.
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Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro
Teresina, PI, 09/10/2019
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