a flor se guarda para o fruto
o fruto se guarda para a boca
a boca... perde-se no beijo
o beijo é monte que se move
em tórrido país
seja manhã ou fim de tarde
dos janeiros:
- indo e vindo em cócegas
brinca com os vírus de asas
quebradas pelo desespero
e cochicha com os deuses
a flor se guarda no perfume
o perfume pelo frasco
(sem fiasco)
em si se resume:
- volátil, volúvel, venal...
e amanhã se apagará no ar sensual
tudo, então, se tornará em fumo
a alma das coisas tem a cor da fumaça.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta, contista, cronista, romancista e crítico brasileiro, mora em Teresina, Capital do Piauí, onde se aposentou pelo Banco do Brasil. Tem semanalmente publicado artigos no jornal “O DIA”, o mais antigo da capital.
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