Miguel
de Moura*
Moreninha d’olhos grandes,
consumi-me em teu espelho.
Nunca tive um bom recado
quanto o teu, adolescente!
Não era a nossa missão,
por isto rezamos tanto
quando tudo apareceu.
Foste pra mim uma bênção
das que caem lá do céu,
não apenas em um ano,
mas num século, talvez!
Qual de nós era o cometa?
Acreditar é tão bom
e eu em ti acreditei
como anjo e ser humano.
O tempo é o grande cruel:
e o que se passou, perdeu-se.
__________________*Francisco Miguel de Moura é um poeta mais do que romântico: diga-se que é do eterno feminino e da eterna juventude. Este foi o momento dum olhar que apareceu no preto do dia ainda escuro por detrás do azul que é o seu olhar.
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