A FOME DO PRIMEIRO GRITO
Hilda Hilst
As barcas afundadas. Cintilantes
sob o rio. É assim o poema. Cintilante
e obscura a barca ardendo sob as águas.
Palavras eu as fiz nascer
dentro de tua garganta.
Úmidas algumas, de transparente raiz:
Um molhado de lágrimas e de dentes.
Outras de geometria. Finas, angulosas
como são as tuas
quando falam de poetas, de poesia.
As barcas afundadas. Minhas palavras.
Mas poderão arder luas de eternidade.
E doutras, de ironia as tuas
só através de minha vida vão viver.
_________________
Hilda Hilst nasceu em Jaú, interior de São Paulo, em 21-4-1930, poetisa de dote e pesquisa, orinalíssima e singular na literatura brasileiro, falecida há pouco tempo.
Hilda Hilst
As barcas afundadas. Cintilantes
sob o rio. É assim o poema. Cintilante
e obscura a barca ardendo sob as águas.
Palavras eu as fiz nascer
dentro de tua garganta.
Úmidas algumas, de transparente raiz:
Um molhado de lágrimas e de dentes.
Outras de geometria. Finas, angulosas
como são as tuas
quando falam de poetas, de poesia.
As barcas afundadas. Minhas palavras.
Mas poderão arder luas de eternidade.
E doutras, de ironia as tuas
só através de minha vida vão viver.
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Hilda Hilst nasceu em Jaú, interior de São Paulo, em 21-4-1930, poetisa de dote e pesquisa, orinalíssima e singular na literatura brasileiro, falecida há pouco tempo.
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