CELSO BARROS COELHO – “POLÍTICA, TEMPO E MEMÓRIA”
Francisco
Miguel de Moura*
Nós, que compomos a “Casa de Lucídio Freitas”
saudamos o “centenariante” DR. CELSO BARROS COELHO. “CEM VEZES
PARABÉNS, DR. CELSO! Consideramos, neste
momento, a singularidade de a Academia Piauiense de Letras (APL) ter a alegria
de festejar o CENTENÁRIO de um dos seus mais brilhantes membros e, não só isto,
de uma das mais brilhantes figuras do Piauí, tendo-o vivo, presente e saudável:
DR. CELSO BARROS COELHO. Por
isto, achei, por bem reativar um artigo publicado na época do lançamento de uma
das mais importantes obras de Celso Barros, ou seja “POLÍTICA, TEMPO E MEMÓRIA”
Celso Barros, o autor de “Política, tempo e memória”, tem a estatura de um sábio do nosso tempo, na vida, na filosofia, na política,
na oratória, na escrita e na arte de ensinar, sem usar de ostentação. Cultura
lhe sobra, memória também, e vontade de servir com desprendimento. Quantos já não escreveram e vão escrever sobre
Celso Barros? Positivamente, é que nunca será demais proclamar os feitos dos
bons, dos que só contribuem para a satisfação do próximo e do distante, dentro
dos limites da lei, da justiça e dos bons costumes.
Eu mesmo, já em várias ocasiões, tive oportunidade de
escrever sobre Celso Barros, quer como político, orador, professor, escritor,
cronista e, principalmente, como uma das pessoas mais inteligentes e cultas que
conheço e com quem tive a honra de conviver desde quando assumi a minha cadeira
na Academia Piauiense de Letras. Recordo que ele, Celso Barros Coelho,
juntamente com Dr. Clidenor de Freitas Santos e William Palha Dias foram as
pessoas que mais me incentivaram a fazer parte da “Casa de Lucídio Freitas”,
sem esquecer a simpática figura do mestre A. Tito Filho, condutor exemplar da nossa
Academia de Letras.
Noutra ocasião, quando tive a oportunidade escrever a
biografia do eminente jurista nacional, Coelho Rodrigues, para o livro “Minha História de Picos”, palmilhando,
assim, os valores da família “Coelho”, tive o prazer de encontrar Celso Barros
Coelho como um dos seus mais ilustres descendentes e me louvei em profundo
artigo do acadêmico Dr. Celso Barros Coelho para ultimar meu trabalho referido
acima.
Mas não vamos repetir o que dissemos do Prof. Celso
Barros noutras ocasiões. Faço apenas um simples chamado à leitura do livro “Celso Barros Coelho – Política, Tempo e
Memória”, obra que, sob vários pontos de vista, diríamos perfeita, como
biografia. Ele nos mostra o tempo da “Ditadura do Militares” de 1964, onde toma
a política como referência evidente. E não só isto: também como sua origem de menino
interiorano, do vizinho Estado do Maranhão, e como se tornou piauiense por ter
quase toda sua vida de estudo e trabalho aqui, emprestando a sua grande
capacidade de ação. Celso Barros, neste ponto, é uma glória para o Piauí. Mas
não somente para o nosso Piauí – para o Brasil também – desde que é um dos
juristas mais competentes do nosso país. Foi eleito Deputado Federal por duas
vezes, só não tendo sido um dos constituintes de 1988, pelos azares que a
política prega aos que a ela se entregam de boa fé. Antes, fora Deputado
Estadual, cassado pela Assembleia Legislativa do Piauí da época, conivente com
a “Revolução dos Militares”.
Poderia ter sido de outra forma? Os historiadores se
fazem perguntas. Mas o seu dever é historiar o passado, documentalmente, em
todas as suas linhas, como fez Celso Barros, neste livro sob comento,
naturalmente obedecendo a sua ótica, que é, sem dúvida, de um homem honesto,
coerente, competente, sem deixar de ser generoso tanto em família quanto na
sociedade. Como fundador do PDC no Piauí, junto com outros companheiros, entre
os quais Francisco Ribeiro Magalhães, Raimundo da Costa Ribeiro e Almir Reis,
nas eleições de 1962, foi candidato a Deputado Estadual, sendo o único eleito
pelo partido. Celso diz, no livro, que as ideias que então defendia,
ardorosamente, são expostas no discurso de posse, proferido na Assembleia. (pg.
60/73), transcrito na obra em comento. Claro que não posso transcrevê-lo, nem adianta
tirar pequena(s) fatias(s), sob pena de não me fazer entendido. Aconselho o
leitor a lê-lo integralmente, para ter, em primeira mão, os ideais políticos de
Celso Barros. Se não comprou o livro, compre-o, se não há mais para vender –
tome-o emprestado a um amigo ou consulte nas bibliotecas – a da APL é a indicada.
Homem coerente e firme como Celso Barros, suas ideias
políticas iniciais, é claro, permanecerão a vida inteira. Esse discurso é um
dos documentos mais importantes que alicerçam a obra em apreço: O discurso foi
o pronunciado na primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Piauí,
do dia 01/02/1963. Outro que também deve ser lido e relido, no livro ou em outra
parte, é o que pronunciou em 08/05/1964, conforme está na ATA DA 3ª SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA DA 2ª CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA 5ª LEGISLATURA DA ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DO PIAUÍ. É necessário que se leia toda a ata para
compreender o que aconteceu naquele dia, o dia da cassação de seu mandato. Permito-me
agora - porque só isto me é possível - transcrever um pequeno trecho do que disse
Celso Barros, finalizando o seu discurso:
“A cassação
do meu mandato não me causa apreensões nem me causa dissabores. Recebo-a não
como um ato de justiça, mas como uma punição de quem acha que este lugar não é
para mim. O erro foi do povo que me elegeu. Na defesa do meu mandato me
limitarei a estas considerações, pois entendo que o mal não é perdê-lo, mas
conspurcá-lo”. (...) Agradeço com o mais
íntimo de minha alma aos meus companheiros que se colocarem corajosamente ao
meu lado, sem violentar sua consciência. E me despeço de todos com a profissão
de Fé do Apóstolo das Gentes: COMBATI O BOM COMBATE, TERMINEI A MINHA CARREIRA,
CONSERVEI-ME FIEL AOS IDEAIS DA LIBERDADE E DE JUSTIÇA. SÓ ME RESTA AGUARDAR A
JUSTIÇA DOS HOMENS DE BEM”. (pg.96/97).
Acrescentamos, ainda, que Celso Barros, como grande
latinista que é, pronunciou as palavras do apostolo Paulo, em latim.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta e
prosador, membro da APL
2 comentários:
Reconhecer o merito alheio nos enobrece.
MERITO de Celso Barros reconhecido por muitos, obrigado
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