Francisco Miguel de Moura*
Um sentir puro e preso - tortura
Marcada nos primeiros dias
De alguém que apenas nascia
Entre trancos e barrancos, o futuro
De olhos fixos nos braços,
Pedindo calor de peito e mãos,
Desgarrado dos primeiros tatos
Olhos feridos no segundo teto,
Em novas mãos e outros braços...
Calar pra sempre, quem condenaria?
Mas se um ferrão plantou-se noite e dia,
No fundo de dois corações?
E o que dizer, então? Num poema
Que ninguém vai ler nem ver?
Numa palavra só, balbuciada
Em vão, que ninguém quer saber?
Há culpa sem perdão? Não há.
Mas dúvida e covardia, sim.
E a indecisão imprecisa, fria
Da paixão a rolar e morder-se,
A-mor-da(n)çando sem guia?
Um sentir puro e preso tortura
Dois entes: o ser e a criatura.
Marcada nos primeiros dias
De alguém que apenas nascia
Entre trancos e barrancos, o futuro
De olhos fixos nos braços,
Pedindo calor de peito e mãos,
Desgarrado dos primeiros tatos
Olhos feridos no segundo teto,
Em novas mãos e outros braços...
Calar pra sempre, quem condenaria?
Mas se um ferrão plantou-se noite e dia,
No fundo de dois corações?
E o que dizer, então? Num poema
Que ninguém vai ler nem ver?
Numa palavra só, balbuciada
Em vão, que ninguém quer saber?
Há culpa sem perdão? Não há.
Mas dúvida e covardia, sim.
E a indecisão imprecisa, fria
Da paixão a rolar e morder-se,
A-mor-da(n)çando sem guia?
Um sentir puro e preso tortura
Dois entes: o ser e a criatura.
*Francisco Miguel de Moura, poeta e crítico literário, porém mais poeta que crítico, escreveu quatro romances, todos já publicados: Os estigmas, Laços de poder, Ternura e D.Xicote, além de outros de contos e crônicas. Já recebeu vários prêmios nacionais e internacionais.
2 comentários:
Dor e amor presos na palavra.
Lindo querido amigo.
Um grande beijo em teu coração.
Linda Gisa,
Sua leitura me agrada,você compreendeu um sentimento verdadeiramente real que nao posso expor objetivamente. E mais me agrada e alegra saber que você está se sentindo melhor de saúde.
Mil abaços e um beijo do poeta
Chico Miguel de Moura
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