Francisco Miguel de Moura*
Abriu os lábios, tonto, e ensurdeceu.
Novos neurônios lhe nasciam bravos,
nova luz tão claramente
seus olhos enxergavam.
Uma beleza viva, no constante
qual espelho em toda a claridade.
Não via o corpo por inteiro,
o rosto.
Tudo era nu nos seus encantos:
Grandes seios,
altissonantes bicos tão vermelhos,
vivos, trêmulos, colorida boca
e o sexo puro, de recato, plano.
Depois, foi como se tivesse
ouvido pelos olhos
um largo riso, lá pelo distante.
Pena que o nada durou pouco,
só mesmo o tempo de cair da cama...
E o vivo acorda o morto.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, ver web: http://cirandinhapiaui.blogspot.com
2 comentários:
Attention!
ZULKIORA, sim, estou com muita atenção. É um poema sensual. Nada de sexo, nada que abata a moral de ninguém. Não digo que se trata de ninguém em particular. Todos somos jovens e somos velhos, depende do ponto de vista. A conclusão pode ser interpretada, nunca poderá ser dita: o poeta disse isto assim, e assim. O poeta disse o que está dito. E ponto.
francisco miguel de moura
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