sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

VERBO-HOMEM


Francisco Miguel de Moura*

Arrependido do que faço,
Faço o que não quero
E esqueço o homem.


Fazer, nem sempre eu quis,
Porém o que fazer do feito
E do des-feito?


Se já somos o fazer de-feito,
Sofreremos o viver sem-jeito.

***

Somos o verbo feito carne,
Somos carne in-fecta, verme.


E sobre o que restar – restolho,
Só o silêncio, anseio do universo,
Dirá do homem-verso-verbo.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, PI. E-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br

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