sábado, 1 de março de 2008

SONHO



Francisco Miguel de Moura*

O velho nasceu na madrugada,
Abriu os lábios, tonto, e ensurdeceu.


Novos neurônios lhe nasciam bravos,
nova luz tão claramente
seus olhos enxergavam.


Uma beleza viva, no constante
qual espelho em toda a claridade.


Não via o corpo por inteiro,
o rosto.
Tudo era nu nos seus encantos:
Grandes seios,
altissonantes bicos tão vermelhos,
vivos, trêmulos, colorida boca
e o sexo puro, de recato, plano.


Depois, foi como se tivesse
ouvido pelos olhos
um largo riso, lá pelo distante.


Pena que o nada durou pouco,
só mesmo o tempo de cair da cama...


E o vivo acorda o morto.


__________________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, ver web: http://cirandinhapiaui.blogspot.com

2 comentários:

Anônimo disse...

Attention!

CHIICO MIGUEL disse...

ZULKIORA, sim, estou com muita atenção. É um poema sensual. Nada de sexo, nada que abata a moral de ninguém. Não digo que se trata de ninguém em particular. Todos somos jovens e somos velhos, depende do ponto de vista. A conclusão pode ser interpretada, nunca poderá ser dita: o poeta disse isto assim, e assim. O poeta disse o que está dito. E ponto.
francisco miguel de moura

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