GLEBA DE AUSENTES
Francisco Miguel de Moura
Em meus poemas moro. E a moradia
Fechada vive e quem passar nem olha:
“Vendo, troco ou alugo!
É nova em folha!”
Está na placa (capa), à luz do dia.
Deixei de reformá-la. Com a feição
Natural conformei-me, eu, criador,
Tanto tempo passei buscando amor
Mas tive que guardar minha
emoção.
Se vou à rua, quem me presta conta
Do que viu, do que ouviu de grande monta,
Sabendo como é guarda da poesia?
Por isto, agora, os pensamentos meus
São voltados pra os santos e ateus,
Mortos sem dor, cansados da harmonia.
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