sexta-feira, 20 de setembro de 2024


 

MEU TRISTE IPÊ

              Francisco Miguel de Moura*

 

Há muitos dias, esperei, em vão,

que o meu ipê, que vejo da janela,

me aparecesse pra bordar o chão,

 o chão da minha e nossa manhã bela.

 

Ver o amarelo amado da bandeira

deste país que herdamos pela luta,

de natureza amiga e verdadeira,

contra o triste labor da vida buta.

 

Olhei pro chão e vi que estava seco,

nascido entre dois prédios, sem o eco

que vêm das ruas, sempre a fustigá-lo.

 

Recebendo pouca água lá dos céus.

meu coração balança a pranteá-lo...

 Vejo a morrer o meu ipê, meu Deus!

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Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro. / set.2024

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