terça-feira, 17 de setembro de 2024


POETA FUI

 

                      Francisco Miguel de Moura*

 

Poeta fui, e fui desde os primeiros

Anos, até saber-me um sonhador;

Na minha adolescência, tanto ardor

Aproveitei em versos prazenteiros.

 

Poeta fui, explorei as sutilezas

Nas palavras, nas coisas, sem temor

De errar a rima, o metro, e sem fragor,

Da mulher desfrutei tantas surpresas.

 

Poeta fui, do namoro ao casamento,

Desde o primeiro ao último rebento,

Até gostei dos meus sessenta anos.

 

Mas duro é ser poeta dos setenta,

Quando osso quebra e vaso se arrebenta,

Sem se queixar das dores, desenganos.

 

   (Nota: Aqui termino a edição de 10 sonetos

   do meu livro inédito “Itinerário de Passar a tarde”.

_______________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Todos que li, são belíssimos sonetos.

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