À MINHA VILA
Francisco Miguel de Moura
poeta brasileiro
Entre dois chapadões – terra
bendita,
De alma mais pura do que a
branca areia,
Terra que ouviu de minha mãe
contrita,
Rezas a Deus, logo depois da
ceia...
És tão humilde e pequenina
aldeia
Que, pela vida, em nosso
peito habita.
Qual semente daquele que
semeia,
É semente do amor – terra
bendita.
Tens sol, calor... E é frio o
teu luar.
É gigantesca a sombra do
juazeiro,
Na carnaúba – o vento a farfalhar.
Vê-se, em roda à capela, o
casario
Como a adorá-la... Ó meu
Jenipapeiro!...
De frente o vale, o lajeado,
o rio.
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Do livro “Areias”,
1966
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