sábado, 1 de junho de 2024

 



À MINHA VILA

 

        Francisco Miguel de Moura

                 poeta brasileiro

 

Entre dois chapadões – terra bendita,

De alma mais pura do que a branca areia,

Terra que ouviu de minha mãe contrita,

Rezas a Deus, logo depois da ceia...

 

És tão humilde e pequenina aldeia

Que, pela vida, em nosso peito habita.

Qual semente daquele que semeia,

É semente do amor – terra bendita.

 

Tens sol, calor... E é frio o teu luar.

É gigantesca a sombra do juazeiro,

Na carnaúba  – o vento a farfalhar.

 

Vê-se, em roda à capela, o casario

Como a adorá-la... Ó meu Jenipapeiro!...

De frente o vale, o lajeado, o rio.

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                          Do livro “Areias”, 1966

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