NÃO LEMBRAR É DESVIVER
Francisco Miguel de Moura*
Tracei um nome lá na branca areia,
nas manhãs do meu rio que passava
saltando pedra e espinho... Eu esperava
por aquela, de então, minha sereia.
Ela era branca como a fina areia
do rio, hoje tão seco, onde passava,
deixando os rastos, que eu, então beijava,
já com o sangue a ferver na minha veia.
No menino, não sei de quantos anos,
tudo era bonito. E em seus enganos
Tudo era grande e bom. Se pode crer...
Resguardei tanto tempo a meninice.
Se é tão doce, por que inda não disse:
que esquecer o passado é desviver?
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*Francisco Miguel de Moura, poeta
brasileiro.
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