sexta-feira, 12 de agosto de 2022


  



   O BECO E O ESPÍRITO

                Francisco Miguel de Moura*


    Por que  ver  o que não vejo e fico

    de alma perfeita igual a triste ganso?

    E assim rio contente e me antecipo,

    escorrendo qual rio São Francisco,

    na extensão de margens verdadeiras?


    Como, então,  ficar triste, ao lado,

    de  um outro olho  que não chega,

    nem sei quem me achará assim?


    Diante do espelho mundo/fundo abeiro

    o que toca e conforma o meu espírito,

    até sentir o azul no céu profundo,

    desde o querer-me  até o bem me quer,

    e é, então, que voo até chegar ao fim

                   que não tem fim.

___________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.



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