O BECO E O ESPÍRITO
Francisco Miguel de Moura*
Por que ver o que não vejo e fico
de alma perfeita igual a triste ganso?
E assim rio contente e me antecipo,
escorrendo qual rio São Francisco,
na extensão de margens verdadeiras?
Como, então, ficar triste, ao lado,
de um outro olho que não chega,
nem sei quem me achará assim?
Diante do espelho mundo/fundo abeiro
o que toca e conforma o meu espírito,
até sentir o azul no céu profundo,
desde o querer-me até o bem me quer,
e é, então, que voo até chegar ao fim
que não tem fim.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.
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