No ano 2033 eu teria cem anos,
Não posso imaginar sejam bons,
Pondo a relação hoje x amanhã.
Meus dias mortais e imortais
- Ferrugem, com inscrições enigmáticas.
Quem humanamente me olharia?
Melhor é crer na nova encarnação,
Minha alma lá no céu estaria zombando
De tantas flores murchas, tantas inscrições.
Do alto eu me veria e tudo com tristeza,
Se lá no céu se permite ser um triste,
E não teria inveja, não, nenhuma, adeus!
Aí não quero saber dos séculos que deixei,
Os meus 86 anos, agora, são tão bons!
Quero crer numa grande pizza só família
Nos meus oitenta e sete, e rindo, rindo...
E cantando o meu “eu” e o “eu” dos outros
Simplesmente pensando e exclamando:
- “É bom viver assim!”! A vida é tão bonita!
E eu serei feliz enquanto Deus me quer.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina. PI, BR. Já tem mais de 40 obras publicadas, a mais recente é sua "Poesia (in) Completa, 2016, pela Academia Piauiense de Letras, quando completava 50 anos de sua estreia: "Areias" (1966).
2 comentários:
Se Deus quiser, vamos pai até os 100 e lúcidos!
Belo poema!
Obrigado, Franklin. Ninguém sabe de nós, só Deus, especialmente da morte de cada um, como sabe do nascimento. O que sabemos do nosso nascimento é o que nos contaram. O recém-nascido é um ser completamente desconhecido até hoje.
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