segunda-feira, 30 de setembro de 2019

HOMENAGEM EM POEMA (Para Manuel Bandeira)

Francisco Miguel de Moura*

Obrigado, Senhor, pelo inteiro poema
que tento fazer e ainda não fiz!...

Amigos e inimigos falem de mim,
diante da página em branco
e, pelo poema sem pé nem cabeça,
sem braços, nem pernas, sem peito,
numa história que não existiu
só por mostrar um momento de dor
que ninguém soube, nem saberá...

Impossível?  Ou tresvario?
Quando se é poeta e morre de dor
Pelo que quis, pelo que fez...
E pelo que deixou de ser feito...
Obrigado, Senhor, Obrigado!

Pelo dia não acabado,
pela vida cortada ao meio,
mesmo que a palavra não tenha saído
da boca, na voz do amor que quis...
E não soube do caminho a tomar,
Obrigado, Senhor, por não ser um infeliz!

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Francisco Miguel de Moura é poeta e prosador brasileiro, mora em Teresina,PI

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