Teresinka Pereira*
Não vivemos, só morremos.
Isso nos dizem na escola,
na igreja e na família.
Dizem que a morte é bela,
mas a mim me parece sórdido
que os vivos dependam
das mortes dos heróis
para seguir vivendo
sua própria morte.
A primavera vem a meio passo
e morre antes da última flor.
A luz do dia é linda,
mas é durante a noite
que nos aliviamos
de nossa tristeza de viver.
O sol é mais humilde que a flor
e os sonhos são
muito mais eloquentes
que as vitórias do amor.
É uma total alucinação viver
sem um sonho puro porque
cada manhã a luz aberta
nos rouba do tempo
e do ébrio segredo da vida.
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* Professora, escritora, poeta e crítica literária, mora nos Estados Unidos, onde fundou a IWA (International writers and artists), sediada os Estados Unidos da América).
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