quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Poema sem pé nem ar


Francisco Miguel de Moura*

Que canção merece o mundo escuro?
Ninguém quer ouvir nada de ão...ão..
Nem saber do peito íntimo de alguém
senão para um sexo extra (ordinário).

E assim não há canção nem poema,
é uma extra-vasação do mesmo tema,
que não sei do seio de quem vem.

Palavras!... Soltar bolinhas de sabão,
ao vento, um vento tão opresso,
e reunir verso e reverso, sem uni-verso.
Oh! íntimo desprazer solto, aranhento!

No chão fundido, confundido, há mais,
muito menos pra ser visto, ouvido...
Por que as bandas tocam e dançam
e todos “dançam” nada atrás de nada?

Nenhuma canção vale a pena e o pinho,
durante a noite inteira, esbandalhada!
 _______________
Francisco Miguel de Moura - poeta piauiense, mora em Teresina, Piauí, desencantado com as músicas e letras das canções atuais, na literatura e na música popular brasileira. Este poema não está no livro indicado pela capa. É novíssimo.
e-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com

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