quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O COMUNISTA ESTÁ NU

Para eles, é preciso neutralizar o que veem trincheiras burguesas: Judiciário, Forças Armadas, Igreja e, não menos importante, a família”.
Flávio Rocha*

A Revolução Bolchevique, às vésperas de seu centenário, pôs em prática pela primeira vez um método direto e efetivo de tomada de poder pelos comunistas. Em 1917, uma elite dirigente foi a ponta de lança de um movimento que, usando primeiro a força e mais tarde o terror, ditou os rumos da antiga Rússia pelas décadas seguintes, até o regime desmoronar, no início dos anos 90, sob o peso da sua ineficiência, injustiça e isolamento.
Os comunistas aprenderam, com o fracasso da primeira experiência real de socialismo, a como não fazer uma revolução. Hoje em dia está ultrapassado o conceito de uma vanguarda partidária que age em nome do povo.
Em seu lugar, o movimento comunista vem construindo um caminho que, embora sinuoso, leva ao mesmo destino: a ditadura do proletariado exaltada pelo marxismo. Ao contrário dos bolcheviques, que enfrentavam inimigos de peito aberto, os comunistas autuais são sibilinos e ardilosos. Aprenderam com o filósofo italiano italiano Antônio Gramsci (1891 – 1937) a combater o capitalismo pelos flancos mais sensíveis.
Para eles, os valores do regime são protegidos em trincheiras burguesas. A mais visadas são Judiciário, Forças Armadas, partidos ditos conservadores, aparelho policial, Igreja e, por último mas não menos importante, a família.
Nas últimas semanas assistimos mais um capítulo dessa revolução tão dissimulada e subliminar quanto insidiosa. Duas exposições de arte estiveram no centro das atenções da mídia ao promoverem o contato de crianças com quadros eróticos e a exibição de um corpo nu, tudo inadequado para a faixa etária.
Não me interessa aqui discutir eventuais méritos artísticos. Não vou também fazer a crítica moralmente conservadora. Meu respeito pela diversidade não se resume a palavras: a Riachuelo é a empresa que, proporcionalmente, mais emprega transgêneros no país e a primeira a permitir que as pessoas sejam identificadas, no crachá, pelo nome social que escolheram.
A questão não é essa. Se venho a público, expondo à patrulha ideológica infiltrada nos meios de comunicação, é para denunciar tais iniciativas como parte de um plano urdido nas esferas mais sofisticadas do esquerdismo – ameaça que, não se enganem, é tão mais real quanto elusivas. Exposições são só um exemplo. Há muitos outros: associação de capitalismo e picaretagem na dramaturgia da TV: glorificação da bandidagem glamorosa, vitimização lúmpen descamisado das cracolândias: certo discurso politicamente correto nas escolas. São todos tópicos da mesma cartilha, que visa à hegemonia cultural como meio de chegar ao comunismo. Ante tal estratégia, Lênin e companhia parecem um tanto ingênuos. À imensa maioria dos brasileiros que não compactua com ditaduras de qualquer cor, resta zelar pelo valores de nossa sociedade.
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* FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo)

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