Francisco
Miguel de Moura, escritor e poeta.
Membro da Academia Piauiense de Letras
Quando
li a machete no jornal, fiquei assustado: ‘O xente!’ Ideologia
de gênios? Mas gênios não têm ideologias. A ideologia de gênios
está somente na observação seja da natureza, seja do já criado
pelo homem, para daí descobrir coisas novas e interessantes para o
homem na terra e a prosperidade da sociedade que compartilha.
Mas,
não! Havia me enganado. Perdão, leitores! O que estava escrito era
“IDEOLOGIA DE GÊNEROS”, uma tal de modernidade que não tem
valor científico nenhum. Não serve à humanidade. Trata-se de
ensinar na escola pública (e se puder também estender para a
particular) a ideia estúpida de que não nascemos menino ou menina,
nascemos como se não houvesse sexo, o que não é verdadeiro nem
científico: é uma criação maléfica, nua e crua. Dizer que é
uma estupidez de quem prega isto e ainda estende para a sociedade, o
estado, é mais do que absurdo: é uma aberração.
A
“feminista” Glória Steinem queixa-se da “falsa divisão da
natureza humana em feminino e masculino”(sic). E a escritora
francesa Simone de Beauvoir pensou a gravidez como “limitadora da
autonomia feminina, porque, alegadamente, a gravidez cria laços
biológicos entre a mulher e as crianças e por isso, cria o papel de
gênero”. Mas esse pensamento já deriva do anterior, de seu
(marido?),
o filósofo Jean-Paul Sartre, que pregava, diferente dos filósofos
da época, mesmo os existencialistas Albert Camus e o próprio
criador inconsciente do existencialismo, Dostoiévsky, o grande
romancista russo, inigualável até agora, no mundo. Para fim de
conversa, o filósofo atual, Augusto Cury, de todos nós conhecidos,
contesta a filosofia de Sartre, pois acha “ingênua e romântica”.
Agora
ouçamos a socióloga alemã Gabriele Kuby, sobre a Ideologia
de Gênero:
“É
a mais radical rebelião contra Deus que é possível. O ser humano
não aceita que é criado homem e mulher, por isto a tal ideologia é
a mais radical contra a Natureza, contra a Razão, contra a Ciência!
É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que
lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher,
depois de se ter perdido a fé, a família e a nação”. (..) É
uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção
intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode
capturar o senso-comum e tornar-se uma ideologia dominante no nosso
tempo”.
Que Deus nos livre a todos!
Todas
essas ideologiazinhas que são importadas pelos países colonizados e
pobres como o Brasil, os quais não conseguem sair do populismo e –
que dá no anarquismo e socialismo et
caterva, quando
não num comunismo de pobres como o dos países africanos, asiáticos
e americanos – vide Cuba – de onde há muito tempo já
desapareceram porque eram falsas, criadas por gente que sofrera numa
guerra ou noutra, num deportação ou noutra – e, por acaso, foram
tornando-se escritores e filósofos. Todos e todas – aqui, sim,
vale o pleonasmo – já desapareceram no mapa do saber
contemporâneo, todo baseado na pesquisa e na observação, do mundo
e dos mundos.
A
dita ideologia de gêneros, ao que parece, foi trazida por
anarquistas e comunistas de países que progrediram para a
democracia, e já não suportam mais tanta idiotice, como França,
Alemanha, Inglaterra, Suécia, entre outros. Também, ao que me
parece não existe no Japão e na China, que já consideramos o
espelho de desenvolvimento e capacidade de progredir sem agredir nem
vizinhos, nem sua própria sociedade. É um desejo desses maus
ideólogos para acomodar aqueles que não são regulamente nem
machos nem fêmeas, formando assim um treceiro sexo. A ciência até
hoje não conseguiu uma explicação genética para esses transtornos
sexuais, como para muitos outros de outra natureza. Porque, por mais
que se queira dizer diferente – sexo vem da cabeça, assim
quaisquer manifestações do corpo humano. Então o que se pode dizer
é que nada que for ideado por ideologias será verdadeiro, se não
for aprovado pela ciência. Vivemos a era das ciências. As
ideologias passaram.
Alguém
pode levantar-se e dizer que já na Grécia e em Roma existia um
terceiro sexo. Mas é fato que aquelas civilizações faleceram,
caíram de podres pela decomposição moral dos seus dirigentes e da
plebe – que não tinha outro caminho.
Se
temos que acreditar em mais alguma coisa – e temos certamente –
apelamos para a história, quanto mais antiga melhor. A principal é
a da criação do mundo, descrito por Moisés, nos seus sonhos
reunidos em cinco livros da Bíblia – o Pentateuco. Segundo essa
história sagrada, jamais contestada totalmente, Deus resolveu criar
o Homem como “sua imagem e semelhança”. E o fez. Depois,
sentindo que ele estava só e triste, criou a mulher, Eva, entregando
ao casal o Éden, o paraíso aqui na terra. E disse que tomassem
conta e produzissem filhos e filhas. Não consta que dessa família
tenha saído algum anômalo sexualmente, ou seja, diferente dos
demais.
Em
Dezembro de 2012, o Papa Bento VI referiu, num discurso à Cúria
Romana, que o uso do termo “gênero” pressupõe, o seguinte: “As
pessoas que promovem essa ideologia de gênero colocam
em causa
a ideia segundo a qual têm uma natureza que lhe é dada pela
identidade corporal que serve como elemento definidor do ser humano.
Elas negam a sua natureza e decidem que não é algo que lhes foi
previamente dado, mas antes que é algo que eles próprios podem
construir
(…)
A Ideologia de Gênero é uma moda muito negativa para a Humanidade,
embora se disfarce com bons sentimentos e em nome de um alegado
progresso, alegados direitos, ou em um alegado humanismo”. Mas
a Igreja Católica reafirma a sua concordância em relação à
dignidade e à beleza do casamento como uma expressão da aliança
fiel e generosa entre uma mulher e um homem:
“RECUSA E REFUTA AS FILOSOFIAS DE GÊNERO, PORQUE A RECIPROCIDADE
ENTRE O HOMEM E A MULHER É A EXPRESSÃO DA BELEZA DA NATUREZA
PRETENDIDA PELO CRIADOR”.
Na
nossa humildade, acreditamos que tal ideologia, enfraquece a mulher.
Em suma, lembrando o que já diziam os antigos: Quando o homem
quiser saber mais do que Deus, o mundo deve estar no fim. É o
Apocalipse.
3 comentários:
Concordo plenamente com sua argumentação.
Gostei muito do seu texto, prezado Chico Miguel de Moura! E, confesso, fiquei chocado ao saber da censura sofrida em pleno 2017! Oportunamente, amigo, voltarei a falar sobre esse episódio lamentável por todos os títulos. Poeta Ednaldo Borges.
Grande e valoroso trabalho para dirimir alguma dúvida que ainda possa existir sobre ideologia de gênero.
Parabéns Grande Mestre
Postar um comentário