quinta-feira, 12 de outubro de 2017

IDEOLOGIA DE GÊNEROS, O QUE É ISTO?

Francisco Miguel de Moura, escritor e poeta. 
Membro da Academia Piauiense de Letras

Quando li a machete no jornal, fiquei assustado: ‘O xente!’ Ideologia de gênios? Mas gênios não têm ideologias. A ideologia de gênios está somente na observação seja da natureza, seja do já criado pelo homem, para daí descobrir coisas novas e interessantes para o homem na terra e a prosperidade da sociedade que compartilha.
Mas, não! Havia me enganado. Perdão, leitores! O que estava escrito era “IDEOLOGIA DE GÊNEROS”, uma tal de modernidade que não tem valor científico nenhum. Não serve à humanidade. Trata-se de ensinar na escola pública (e se puder também estender para a particular) a ideia estúpida de que não nascemos menino ou menina, nascemos como se não houvesse sexo, o que não é verdadeiro nem científico: é uma criação maléfica, nua e crua. Dizer que é uma estupidez de quem prega isto e ainda estende para a sociedade, o estado, é mais do que absurdo: é uma aberração.
A “feminista” Glória Steinem queixa-se da “falsa divisão da natureza humana em feminino e masculino”(sic). E a escritora francesa Simone de Beauvoir pensou a gravidez como “limitadora da autonomia feminina, porque, alegadamente, a gravidez cria laços biológicos entre a mulher e as crianças e por isso, cria o papel de gênero”. Mas esse pensamento já deriva do anterior, de seu (marido?), o filósofo Jean-Paul Sartre, que pregava, diferente dos filósofos da época, mesmo os existencialistas Albert Camus e o próprio criador inconsciente do existencialismo, Dostoiévsky, o grande romancista russo, inigualável até agora, no mundo. Para fim de conversa, o filósofo atual, Augusto Cury, de todos nós conhecidos, contesta a filosofia de Sartre, pois acha “ingênua e romântica”.
Agora ouçamos a socióloga alemã Gabriele Kuby, sobre a Ideologia de Gênero: “É a mais radical rebelião contra Deus que é possível. O ser humano não aceita que é criado homem e mulher, por isto a tal ideologia é a mais radical contra a Natureza, contra a Razão, contra a Ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação”. (..) É uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode capturar o senso-comum e tornar-se uma ideologia dominante no nosso tempo”. Que Deus nos livre a todos!
Todas essas ideologiazinhas que são importadas pelos países colonizados e pobres como o Brasil, os quais não conseguem sair do populismo e – que dá no anarquismo e socialismo et caterva, quando não num comunismo de pobres como o dos países africanos, asiáticos e americanos – vide Cuba – de onde há muito tempo já desapareceram porque eram falsas, criadas por gente que sofrera numa guerra ou noutra, num deportação ou noutra – e, por acaso, foram tornando-se escritores e filósofos. Todos e todas – aqui, sim, vale o pleonasmo – já desapareceram no mapa do saber contemporâneo, todo baseado na pesquisa e na observação, do mundo e dos mundos.
A dita ideologia de gêneros, ao que parece, foi trazida por anarquistas e comunistas de países que progrediram para a democracia, e já não suportam mais tanta idiotice, como França, Alemanha, Inglaterra, Suécia, entre outros. Também, ao que me parece não existe no Japão e na China, que já consideramos o espelho de desenvolvimento e capacidade de progredir sem agredir nem vizinhos, nem sua própria sociedade. É um desejo desses maus ideólogos para acomodar aqueles que não são regulamente nem machos nem fêmeas, formando assim um treceiro sexo. A ciência até hoje não conseguiu uma explicação genética para esses transtornos sexuais, como para muitos outros de outra natureza. Porque, por mais que se queira dizer diferente – sexo vem da cabeça, assim quaisquer manifestações do corpo humano. Então o que se pode dizer é que nada que for ideado por ideologias será verdadeiro, se não for aprovado pela ciência. Vivemos a era das ciências. As ideologias passaram.
Alguém pode levantar-se e dizer que já na Grécia e em Roma existia um terceiro sexo. Mas é fato que aquelas civilizações faleceram, caíram de podres pela decomposição moral dos seus dirigentes e da plebe – que não tinha outro caminho.
Se temos que acreditar em mais alguma coisa – e temos certamente – apelamos para a história, quanto mais antiga melhor. A principal é a da criação do mundo, descrito por Moisés, nos seus sonhos reunidos em cinco livros da Bíblia – o Pentateuco. Segundo essa história sagrada, jamais contestada totalmente, Deus resolveu criar o Homem como “sua imagem e semelhança”. E o fez. Depois, sentindo que ele estava só e triste, criou a mulher, Eva, entregando ao casal o Éden, o paraíso aqui na terra. E disse que tomassem conta e produzissem filhos e filhas. Não consta que dessa família tenha saído algum anômalo sexualmente, ou seja, diferente dos demais.
Em Dezembro de 2012, o Papa Bento VI referiu, num discurso à Cúria Romana, que o uso do termo “gênero” pressupõe, o seguinte: “As pessoas que promovem essa ideologia de gênero colocam em causa a ideia segundo a qual têm uma natureza que lhe é dada pela identidade corporal que serve como elemento definidor do ser humano. Elas negam a sua natureza e decidem que não é algo que lhes foi previamente dado, mas antes que é algo que eles próprios podem construir (…) A Ideologia de Gênero é uma moda muito negativa para a Humanidade, embora se disfarce com bons sentimentos e em nome de um alegado progresso, alegados direitos, ou em um alegado humanismo”. Mas a Igreja Católica reafirma a sua concordância em relação à dignidade e à beleza do casamento como uma expressão da aliança fiel e generosa entre uma mulher e um homem: “RECUSA E REFUTA AS FILOSOFIAS DE GÊNERO, PORQUE A RECIPROCIDADE ENTRE O HOMEM E A MULHER É A EXPRESSÃO DA BELEZA DA NATUREZA PRETENDIDA PELO CRIADOR”.
 Na nossa humildade, acreditamos que tal ideologia, enfraquece a mulher. Em suma, lembrando o que já diziam os antigos: Quando o homem quiser saber mais do que Deus, o mundo deve estar no fim. É o Apocalipse.

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com sua argumentação.

Anônimo disse...

Gostei muito do seu texto, prezado Chico Miguel de Moura! E, confesso, fiquei chocado ao saber da censura sofrida em pleno 2017! Oportunamente, amigo, voltarei a falar sobre esse episódio lamentável por todos os títulos. Poeta Ednaldo Borges.

www.solonreis.com.br disse...

Grande e valoroso trabalho para dirimir alguma dúvida que ainda possa existir sobre ideologia de gênero.
Parabéns Grande Mestre

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