Membro da Academia Piauiense de
Letras.
Meus
poucos leitores vão perguntar-se: - Nosso escritor deu o doido,
escrever sobre o TUDO e o NADA é impossível. Nem Deus. E eles estão
certos. Mas sou sempre provocador e a situação do Brasil atual é
igual a de uma alma “apenada”, que não sabe onde, quando e como
vai ficar. Se no Céu, no Purgatório ou no Inferno. No inferno
estamos os brasileiros, por conta dos Deuses do Poder, que não são
deuses nenhum. Mas têm se mostrado corruptos e corruptores.
Como
será a alma de um corrupto? Leia o filósofo Olavo de Carvalho. Como
será a alma de um corruptor? Leia o filoósofo Olavo de Carvalho, no
final.
Almas
de criminosos, dignos da condenação ao inferno. E como se poderia
mandar tanta gente pra lá, se, quem sabe, há alguma recuperável?
O
poeta Fernando Pessoa há algum tempo sentenciou: “Tudo
vale a pena, se alma não é pequena”.
É
verdade, se a alma do brasileiro não é pequena, jamais votará em
partido tão degenerado. Aquele que no início trouxe (ou dizia
trazer) uma nova forma de governar. E deu no que deu. E se a alma do
povo brasileiro não é pequena, esse sofrimento por que passamos
agora – a maior crise da história do Brasil que já vivi, e olhem
que tenho 84 anos (vou completar em 16 de junho de 2017) – jamais
acontecerá. E aí, depois de tudo, um Brasil novo pode começar.
Penso
que a Reforma Política deveria ser a primeira, assim como a Reforma
Tributária, ambas à capricho, de forma a que o cidadão, pagador de
impostos e votante em eleições, não ponha defeitos.
Como
temos, queiramos ou não, um presidente constitucional (o Vice Michel
Temer), que substituiu legalmente a agora ex- Presidenta, abatida por
um impeachment, com uma maioria mais ou menos estável nas duas casas
do Congresso, poderia ele (ou quem o substituí-lo, nunca se sabe)
pensar em, depois de aprovadas as reformas do Trabalho e da
Previdência, em fazer a Reforma Política, sim. E os sábios membros
do do Supremo Tribunal Federal, superintenderiam a iniciativa, porque
tudo depende da Constituição e demais leis.
Tenho
alguns pontos de vista que não preciso apresentar, pois o país está
tão inseguro, tão embolado, que ninguém sabe “o
que é gato, nem o que é sapato”. Uma
Reforma Tributária daria uma alavancada à economia do País. Assim
como a Reforma Política – liquidando com os partidos que mais
fizeram mal à República Brasileira recentemente: PT, PMDB e PSDB,
além dos filhotes do PT, que são muitos (sugestão) acabaria com o
saco de “gatos” e “ratos” no país, onde afinal estamos
também colocados, infelizmente.
Como
se faria isto? O primeiro ponto é fácil, mas dentro da Reforma
Política seria assentado que todos os membros do Supremo Tribunal
Federal se aposentariam junto com o mandato de Temer e a assunção
do novo Presidente eleito – claro que iria haver uma eleição
geral comandada por quem estivesse no Poder Executivo – e esse
mesmo Presidente e esse mesmo Congresso nomeariam, de acordo com os
preceitos constitucionais, levando-se conta que a Constituição
Cidadã continuaria de pé. Afinal, ela é que manda em quem está
mandando. Parto desses pontos apresentados, mesmo pensando que já
estou a andar no terreno incerto da futurologia. E como não sou
nenhum futurólogo nem muito menos jurista, por aqui fico.
Volto
ao poeta Fernando Pessoa, onde começamos: a) “tudo
vale a pena”; b)
“se a alma não
é pequena”.
Concordo com a premissa, porque não há meio de fugir-me dela. Se
tudo que está aí vale a pena, vamos saber depois. Depois de quê?
Quando soubermos que a alma não é pequena. A alma desses políticos
pode ser até de muito valor, mas da safadeza, da gula, da
avareza e quase todos os vícios que o Papa Francisco condena, disto
que eles estão impregnados. Se ainda se recuperariam, não sei.
Possivelmente a maior parte, não.
E,
agora, mesmo que me pareça, tonto, espedaçado, neste artigo
crônica, volto-me ao cidadão brasileiro, o trabalhador brasileiro,
o artista brasileiro, o estudante brasileiro, o professor brasileiro,
enfim a todos os homens e mulheres de todas as profissões e até aos
que não tem nenhum emprego porque a crise os derrubaram na miséria,
ou quase na miséria. Volto-me a nós todos, filhos desta terra
generosa que é o Brasil, desta nação que sempre se disse que seria
“o país do futuro”. Seremos
ainda? A nossa alma também não estará machada pelo mau exemplo
desses homens do alto, que têm nos comandado até agora? No passado
há alguma exceção. Mas não vamos ao passado.
Acredito
ainda que a nossa alma não é pequena: há grandes exemplos de
pessoas generosas, amorosas, daqueles que dão a vida pelo próprio
filho, pela mulher, por um irmão ou parente, seja numa doença, seja
numa refrega de rua entre grupos de
desordeiros
e terroristas. A corrupção não é uma doença, é apenas um
escorregão da consciência de algum cidadão que pensa que ser rico,
ser poderoso é ser importante. “Importante todos nós, quando
nascemos, já somos”, creio que li no filósofo Augusto Cury. O
que precisamos é ter uma alma de caráter, ser íntegro no exterior
e no interior de nós mesmos. Vários países, um dos mais lembrados
é a Itália, sofreram por parte de uma classe política de homens
mal formados, sem caráter, com muitas armas na mão e pensando que
“o tudo era aquilo”. Repito,
me explicando: O tudo só é tudo quando a alma comanda todas as
funções do copo dos cidadãos, e dentro da sociedade há leis e
éticas para serem cumpridas. E não só: Há o castigo, a punição.
Acredito que o mundo, embora com tanta guerra, tanto rebulício,
tando tiroteio, tanto terrorismo, tantas armas de todos os tipos,
inclusive as atômicas e superatômicas, acredito que o mundo não
vai se acabar agora. Nem o Brasil. Alguns ou muitos não escaparão.
Mas a história sempre foi assim.
Finalizando,
vale citar o nosso grande filósofo Olavo de Carvalho, um parágrafo
tirado do seu famoso livro “O mínimo que se
precisa saber para não ser um idiota”,
Editora Record, Rio/São Paulo, 2016, pg.286:
“O
primeiro passo para a institucionalização do gangsterismo estatal
neste país foi a destruição da moral tradicional e sua
substituição pelo aglomerado turvo de slogans e
casuísmos politicamente
corretos que, por vazios e amoldáveis às conveniências táticas do
momento, só servem mesmo é para concentrar o poder nas mãos dos
mais cínicos e despudorados.”
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