terça-feira, 11 de abril de 2017

SAINDO DA POLÍTICA, ENTRANDO NA LITERATURA…

Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras.



Saindo da política e entrando na literatura, entramos na semana da Páscoa. Não existe a literatura do Natal? E a do Carnaval também? Porque não a da Semana Santa, a da Páscoa. Ora, ora! Falo aqui de literatura como assunto. Pois nosso assunto hoje é a Páscoa. Páscoa, o tempo em que comemoramos a paixão e morte de Jesus Cristo. Deixemos a política de lado. “Dai a César o que é de César...”
Nesta semana em que se comemora as datas da morte e ressurreição de Jesus Cristo, porque Jesus é o mestre dos mestres, o maior sábio do mundo, segundo o médico e filósofo Augusto Cury, confirmamos e acrescentamos: Ele é o maior Sábio e o mais Santo dos homens.
No livro “Treinando a emoção para ser feliz”, Cap. V, pg. 111, Augusto Cury escreveu: “Muitos homens brilharam ao longo da história na arte de pensar. Sócrates foi um questionador do mundo. Platão foi um pesquisador das relações sociopolíticas. Hipócrates, pai da medicina, foi um investigador do corpo humano. Confúcio foi um filósofo da brandura. Sidarta Gautama, o fundador do budismo, foi um pensador da harmonia interior. Moisés foi o grande mediador do processo de libertação do povo de Israel, dirigindo-o em busca da terra de Canaã. Maomé, em sua peregrinação profética, unificou um povo dividido e sem identidade, o povo árabe”. E não esquece Augusto Cury de apontar mais outras personalidades que exploraram e expandiram o mundo das idéias no campo espiritual, filosófico, sociológico, psicológico, físico, como Tomás de Aquino, Sto. Agostinho, Hume, Bacon, Spinoza, Kant, Descartes, Galileu, Voltaire, Rousseau, Shakespeare, Hegel, Marx, Newton, Max Well, Gandhi, Freud, Einstein, Viktor Frankl etc. Essas celebridades horaram seu trabalho e sua sua inteligência. Augusto Cury, mesmo não sendo um religioso de qualquer credo, ele acrescenta e muitas vezes repete sob outra forma e noutros contextos, a importância insuperável de Jesus:
“Houve um homem cujas idéias não apenas influenciaram gerações, mas causaram a maior revolução da história. O seu nascimento dividiu a História. Ele é o mais lido do mundo, embora não tenha escrito nenhuma palavra. Ele é o mais estudado da atualidade, embora seja o mais cercado de mistérios e o menos conhecido. Inúmeras pessoas em todo o planeta se dividiram em milhares de religiões em torno do seu nome, mas às portas da morte ele rogava aos seus íntimos amigos que amassem uns aos outros em detrimento de suas diferenças”.
Na Semana de 10 a 16 de abril, quando há dois feriados memorativos da vida, paixão e morte de Cristo, segundo a doutrina católica, aquele filho de Deus que se fez carne, habitou entre nós e morreu para nos salvar - homens, pecadores desde o pecado original dos nossos primeiros pais – é lógico e necessário que não apenas se vá à praia para desfrutar os referidos feridos: quinta e sexta-feira, que emendam no fim de semana. Mesmo que o leitor não seja um católico, pense nisto, faça um esforço a mais e vá à missa ou a outro culto correspondente, dentro do seu próprio credo. Segundo os Evangelhos, escritos pelos discípulos de Jesus, depois da morte, para que o povo o conhecesse e amasse, foi ele, Jesus Cristo, quem nos trouxe um mandamento novo, tão suave quando o nome: o mandamento do Amor. Amor a si mesmo, amor ao próximo, amor a Deus. Porque era isto que estava faltando. Na lei de Moisés e de Hamurábi, entre tantas outros leis e costumes, o que existia era o “olho por olho, dente por dente”.
A história de Jesus influenciou o mundo inteiro, o mundo novo, diferente do mundo antiga que acreditava em deuses diversos, sem história tão comovente, verdadeira e vital quanto a de Jesus. O acontecimento influenciou a arte: a pintura, a música, a escultura, o teatro, a literatura, e portanto os poetas. Alguns destes, como José Maria du Bocage, que tanto invectivou contra Deus e o Cristianismo, na hora da morte escreveu um soneto com a chave de ouro assim:
“RASGA OS MEUS VERSOS, CRÊ NA ETERNIDADE”, a eternidade de outra vida que tanto Jesus pregou, o Reino de Deus de que tanto fala a Bíblia.
As dores da Paixão de Cristo influenciaram os poetas, mais do que vinham influeciando antes, as dores humanas. Agora se tratava de um Deus vivo. As mitologias dos gregos eram deuses mortos. Outras e outras adorações foram sepultadas no breu dos tempos. O Cristianismo floresceu. A Bíblia, que conta a história e a vida do povo de Deus, antes de Cristo, é um documento escrito dos mais antigos. A Bíblia é uma obra composta de 72 livros,que formam o monumental documento. Não se sabe em quantas línguas e dialetos foram escritos e transplantados, mas como se trata da história do povo de Deus, que é guardada pelos judeus, deve ter sido nas línguas que esse povo falava ou falaram, portanto também os escrivães, pessoas boas e competentes, escolhidos e aprovados por Deus para a finalidade. No aramaico, a língua em que Jesus falava, com certeza foram escritos os 4 Evangelhos.
A Bíblia se divide em 2 partes: o Velho e o Novo testamento. É poesia. É escrita em versículos, com cadência, medida e estilo, que muito pouco se percebe hoje, por causa das inúmeras traduções por que passou até chegar a nós. É também música, os salmos são exemplo disto.
A diferença maior entre as religiões que acreditam num Deus único é que elas observam a Bíblia em seus detalhes, cada uma interpretando-a a seu modo. São três: Cristianismo, Maometismo e Judaísmo. São as mais universais no sentido em que abrangem as virtudes do homem e, modernamente, acreditam em Deus, bem como interpretam que o Demônio é o pecado, o não cumprimento da lei, dos mandamentos. E não um ente temeroso, de rabo e chifres, como se fosse uma nova mitologia. Jesus Cristo, no Cristianismo, é um homem, o filho de Deus vivo, que veio para salvar o mundo. As demais existentes no mundo podem ser consideradas no mesmo nível das antigas mitologias.
A literatura sobre Jesus, além da que está na Bíblia, é enorme. O próprio Augusto Cury escreveu um romance da vida de Jesus, chamado “O Homem mais Inteligente da História”. Entre os escritores clássicos, consta “A Vida de Jesus”, de Ernest Renan, muito comentada; Plínio Salgado, político, escritor e romancista brasileiro, também escreveu “A Vida de Jesus”; e Maria Helena Ventura, publicou recentemente “Um Homem Só”, provando que Jesus sempre existiu. Mas, há muito, muito mais, basta pesquisar. São essas as leituras recomendadas para a Páscoa. 

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Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras.


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