quarta-feira, 26 de abril de 2017

DAS COISAS TERNAS E OUTRAS NEM TANTO


Francisco Miguel de Moura*
Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras


Lendo, tudo se aprende. Não sei que motivos encontram os que sabem ler e não lêem, por preguiça, desinteresse ou porque acham que já aprenderam tudo. É dos grandes mistérios do meu bestunto, quando começo a pensar.

Hoje, lendo o poeta Manoel Bandeira, uma das glória da poesia brasileira moderna, o poeta mais terno e amoroso de sua geração, eis que, lendo-o, encontro justo seu poema “Noite Morta”, que parece, pelo título, tratar-se coisas lúgubres. Mas os poetas fazem milagres, o que era ou seria ruim, torna-se agradável ao leitor. É a magia da poesia. Recito o referido poema, que é curto e certo, terno e filosófico, dentro das possibilidades da poesia (que são grandes):

“Noite morta. / Junto ao poste de iluminação / os sapos engolem mosquitos. // Ninguém passa na estrada. / Nem um bêbado. // No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras. /Sombras de todos os que passaram. / Os que ainda vivem e os que já morreram. // O córrego chora. / A voz da noite… // (Não desta noite, mas de outra maior.) . Petrópolis, 1921, em “Estrela da vida inteira”, 1976, uma joia da saudosa da Livraria José Olympio Editora S. A. - Rio de Janeiro.

Esta citação de Manoel Bandeira me veio pela informação que tive de diversos filósofos e psicólogos brasileiros que atestam ser a poesia uma leitura muito mais agradável e útil àqueles que vivem agarradas em informações e técnicas de grande maioria dos livros chamados de “autoajuda”. Eles afirmam que a poesia ajuda muito mais, muito mais mesmo. Não importa de onde tirei este conselho e informação, mais vale dizer que li em alguma fonte de informação e me emocionei com imagens tão bonitas.
Há muitas outras ternuras a serem referidas, lembradas, traçadas, mas tenho uma notícia muito boa para colocar neste artigo. Trata-se do desempenho formidável da PREVI, o Fundo de Aposentadoria dos Funcionários do Branco do Brasil, no ano de 2016, segundo a revista/jornal “Ação”, publicação da ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, data de março/abril de 2017, em Brasília:

“A Previ encerrou o ano de 2016 com superávit em seus Planos de Previdência. O Plano 1 apresentou saldo positivo de 2,19 bilhões no exercício (…)” 

 Feitas as contas entre os déficits acumulados em anos anteriores, o patrimônio do maior e mais antigo plano de benefícios do Brasil, quiçá do mundo, terminou o ano com 160,6 bilhões (para os diversos planos em que se divide, conforme a classificação de entrada-início de pagamento.
Particularizando, o total de participantes do Plano-1 são 114.943, dos quais 82.369 são aposentados (entre eles estou eu); 20.712 são pensionistas e 11.862 são funcionários ainda da ativa. Isto significa que a PREVI não foi tanto assim abalada pela situação econômico-financeira do País e que os aposentados do BB podem ficar tranquilos quanto à liquidez de suas aposentadorias. Uf! Isto eu precisava saber: receberei meus vencimentos em dia, como sempre vem acontecendo.

Queremos que a PREVI seja sempre forte como exemplo de planificação de funcionários aposentados. Eles pagaram para o seu direito durante toda sua vida útil de empregados do Banco do Brasil, esta casa que já foi bem melhor e mais séria, mas graças a Deus e seus competentes dirigentes, vem acompanhando o desenvolvimento do país sem muitos transtornos, em tempos bons e em tempos maus, sem quedas impressionantes.
Esta é a noticia em que me situo. Vivemos num mundo em completa ebulição. a era industrial passou e já faz alguns anos. Entramos na da informática ou cibernética – boa para os novos, que nasceram nela, não muito agradável para velhos que têm de adaptar-se aos tempos novos, ao “tudo pelo computador”. Destaco o caso do celular e da notícia que fazem o mundo interligado diretamente sem interrupção de mais de um segundo, enquanto a corrente elétrica lê ZERO e HUM (ou de outra forma +1 e -1): a linguagem do computador.

De algumas coisas já me sirvo. Tenho divulgado minha obra pela internet com mais facilidade. Assim são centenas e centenas de poemas, livros e livros que estão no “ar”, para quem quiser acessá-los. Ultimamente estou pagando minhas contas pelo celular, através de uma aplicativo do meu banco. Liberta-nos de muitas idas a uma agência bancária e, por outro lado, se corre menos perigo contra os ladrões que farejam cada tostão, cada cartão de crédito, cada instrumento que possam servir para os seus serviços mal intencionados, onde a Polícia não chega, enquanto ela não chega, etc.

Também li na revista “Cidade Verdade” a notícia de que a sujeira que o celular esconde pode ser transmissora de doenças por intermédio de bactérias e fungos. Porém, onde, como e com que materiais poderemos fazer a limpeza do nosso “sexto” sentido? Pareça brincadeira ou não, outrora eu aprendi na escola que o corpo humano é composto de 3 partes: cabeça, tronco e membros. Não sei como os professores e alunos estão estudando ciência, hoje, mas o fato é que o celular, de tão necessário e tão usado, tornou-se o nosso quarto membro do corpo e o nosso sexto sentido. Quem não concordar comigo, peço que me faça a nota informado melhor definição para o celular. Era moderna. Nós, velhos, temos de ser um pouquinho jovens à força das circunstâncias. É difícil. Mas não é impossível. Talvez o esforço nos livre de muitos males, inclusive aquele do alemão (o mal de Alzheim).

 Será que podemos considerar o uso do celular e sua prestimosidade como a ternura do nosso dia a dia e especialmente para os dias solitários? Pois com ele – o aparelhinho – nunca ficamos só: telefona-se, reza-se, lê-se obras, conversa, ouve-se música, e quanto mais se quiser e procurar? Além de exercitarmos a escrita. Que beleza!
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*Francisco Miguel de Moura – Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras

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