Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta. (Cecília Meireles).
A
Academia Piauiense de Letras, em sessão solene no dia 12 de Novembro
de 2016, lançou mais um livro da Coleção
Centenário,
livro que merece uma atenção especial, dado o valor que encerra e
pela projeção de um poeta que consagrou sua vida às letras em suas
várias modalidades. Trata-se de Francisco Miguel de Moura e de
Poesia
(IN)Completa.
Uma observação preliminar: Os que leem o jornal O
Dia,
encontrarão, em cada sábado, um artigo de sua autoria. Aí
revela-se um consagrado cronista.
Quem
abrir as páginas da história da literatura piauiense, à qual tem
dado excelente contribuição, nelas encontrará o historiador fiel à
sua vocação. Quem vai às fontes de sua produção poética colhe o
que de melhor foi produzido nessa área. O romance também é um
campo de sua predileção, onde descobre a riqueza do diálogo de
suas personagens e a espontaneidade de suas ações. Toda essa
variada produção nos leva a dizer dele a frase de Assis Brasil:
“Está pronto para a posteridade”. Podemos completar: a
posteridade já o acolheu.
No
conjunto de sua obra, mostra-se dono de um estilo muito pessoal,
indicador do equilíbrio com que manifesta e expõe suas ideias. Tem
o domínio da palavra, do verbo, com os quais aquece a inspiração e
renova o pensamento. Vê as coisas na sua múltipla dimensão, pois
só com essa visão é possível exercer o poder criador.
Voltando
ao livro inicialmente referido, defrontamo-nos com a essência de sua
poesia, ao mesmo tempo fluente e sedutora. Ao lado dos livros, lendo
os poetas e entrando na segura companhia dos grandes mestres do
pensamento, está preparado para o seu oficio. Tem a preocupação de
variar os temas e aperfeiçoar, em cada verso, a técnica da
composição.
Olhando
o mundo sob o prisma da confiança e da simplicidade, não se
perturba com as suas incertezas e muito menos com a sua
transitoriedade.
A
interioridade do homem, as suas esperanças, a sua crença no
invisível, o despertar de suas energias vitais explicam a harmonia
que embala os voos de sua poesia, para torná-la presente na riqueza
do seu simbolismo. O poeta de que tratamos não é uma figura
esquecida ou posta à margem do seu tempo. Basta ler o que vem
escrito por dezenas de admiradores, num livro editado no ano de 2008.
Quero referir-me à Fortuna
Crítica
de Francisco Miguel de Moura. São depoimentos, opiniões, reflexões
e louvação em torno de sua pessoa e de sua obra. Aí se realça a
figura do homem de letras, do escritor, do poeta, do cronista, do
crítico literário, do romancista, do historiador, enfim, do homem
que traz no coração o belo sentimento da vida, do sonho e do amor.
A
sua narrativa e composição se desdobram em calculada combinação
de cores e de ritmos. Todas essas manifestações estão desenhadas
nas várias opiniões que, em livros, em jornais e em revistas são
publicadas.
Expresso,
aqui, o desejo de figurar entre aqueles que reconhecem e proclamam o
valor de sua produção literária, e se sentem enriquecidos com a
sua leitura.
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Celso
Barros Coelho – é acadêmico
da Academia Piauiense de Letras, do Instituto dos advogados
brasileiros e professor universitário.
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