sábado, 3 de dezembro de 2016

POESIA (IN)COMPLETA DE FRANCISCO MIGUEL DE MOURA

Celso Barros Coelho
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:




Sou poeta. (Cecília Meireles).

A Academia Piauiense de Letras, em sessão solene no dia 12 de Novembro de 2016, lançou mais um livro da Coleção Centenário, livro que merece uma atenção especial, dado o valor que encerra e pela projeção de um poeta que consagrou sua vida às letras em suas várias modalidades. Trata-se de Francisco Miguel de Moura e de Poesia (IN)Completa. Uma observação preliminar: Os que leem o jornal O Dia, encontrarão, em cada sábado, um artigo de sua autoria. Aí revela-se um consagrado cronista.
Quem abrir as páginas da história da literatura piauiense, à qual tem dado excelente contribuição, nelas encontrará o historiador fiel à sua vocação. Quem vai às fontes de sua produção poética colhe o que de melhor foi produzido nessa área. O romance também é um campo de sua predileção, onde descobre a riqueza do diálogo de suas personagens e a espontaneidade de suas ações. Toda essa variada produção nos leva a dizer dele a frase de Assis Brasil: “Está pronto para a posteridade”. Podemos completar: a posteridade já o acolheu.
No conjunto de sua obra, mostra-se dono de um estilo muito pessoal, indicador do equilíbrio com que manifesta e expõe suas ideias. Tem o domínio da palavra, do verbo, com os quais aquece a inspiração e renova o pensamento. Vê as coisas na sua múltipla dimensão, pois só com essa visão é possível exercer o poder criador.
Voltando ao livro inicialmente referido, defrontamo-nos com a essência de sua poesia, ao mesmo tempo fluente e sedutora. Ao lado dos livros, lendo os poetas e entrando na segura companhia dos grandes mestres do pensamento, está preparado para o seu oficio. Tem a preocupação de variar os temas e aperfeiçoar, em cada verso, a técnica da composição.
Olhando o mundo sob o prisma da confiança e da simplicidade, não se perturba com as suas incertezas e muito menos com a sua transitoriedade.
A interioridade do homem, as suas esperanças, a sua crença no invisível, o despertar de suas energias vitais explicam a harmonia que embala os voos de sua poesia, para torná-la presente na riqueza do seu simbolismo. O poeta de que tratamos não é uma figura esquecida ou posta à margem do seu tempo. Basta ler o que vem escrito por dezenas de admiradores, num livro editado no ano de 2008. Quero referir-me à Fortuna Crítica de Francisco Miguel de Moura. São depoimentos, opiniões, reflexões e louvação em torno de sua pessoa e de sua obra. Aí se realça a figura do homem de letras, do escritor, do poeta, do cronista, do crítico literário, do romancista, do historiador, enfim, do homem que traz no coração o belo sentimento da vida, do sonho e do amor.
A sua narrativa e composição se desdobram em calculada combinação de cores e de ritmos. Todas essas manifestações estão desenhadas nas várias opiniões que, em livros, em jornais e em revistas são publicadas.
Expresso, aqui, o desejo de figurar entre aqueles que reconhecem e proclamam o valor de sua produção literária, e se sentem enriquecidos com a sua leitura.
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Celso Barros Coelho – é acadêmico da Academia Piauiense de Letras, do Instituto dos advogados brasileiros e professor universitário. 

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