Pela
rua dos viralatas,
o
tempo não te ganha,
ó
menino sem camisa
e
só um trapo que engana.
Quem
és tu? Quem és?
Ou,
por que não és tu?
Pé
no chão, corpo sujo,
olhos
fundos sem lágrima...
Seco,
coração seco,
mais
seco ainda o bucho,
mais
seca a cor da pele
ao
sol, ao frio, à chuva?
A
rua onde não te perdes
foi
quem te perdeu.
Nela
és tu tudo. E eu?
Droga!
O mundo fendeu-se.
Nós
outros não te achamos
Mesmo
irmãos, criaturas,
entre
um pedaço de pão
seco
e uma palavra dura.
2 comentários:
Olá Miguel! Passando para te cumprimentar e apreciar este teu belo e profundo poema. Tenho muita FÉ de que chegará o dia em que o homem se conscientizará de que somos todos irmãos, e priorizará o amor, a compreensão e a solidariedade para com o seu semelhante, e assim possamos ter um mundo bem melhor e mais humano.
Abraços, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para ti e para os teus.
Furtado.
Obrigado,Furtado
Chico Miguel
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