Há
muito tempo que não escrevo uma crônica do Natal. Volto hoje a este
assunto sem outra pretensão, salvo a de que muito mais possamos
conhecer sobre o que é realmente o Natal e como está sendo
deturpado, pelo consumismo hedonista da era moderna, brilhante mas
sem alma.
O
Natal é a festa do nascimento de Jesus Cristo, que acontece no dia
25 de dezembro de cada ano, todos nós sabemos. O nascimento de Jesus
é que marca o ano 1
do século I,
da Era Cristã. É o calendário do mundo ocidental – esse que
adotamos. No Oriente, sabe-se que há outros calendários. É bem
diferente. Conhece-se, já um pouco do chinês, em virtude da
importância desse povo de cultura tão antiga.
Mas
o Natal já era comemorado na antiguidade, em diversas datas. Não se
sabia o dia e ano em que Cristo nasceu. Somente a partir do século
IV
depois de Cristo
é que começou a ser comemorado na data em que hoje comemoramos: 25
de dezembro. Em Roma, quando era o centro do mundo ocidental, o 25 de
dezembro, por ser a data em que seus habitantes comemoravam o início
do inverno, nasceu a comemoração cristã.
Naquele
tempo, as festas natalinas duravam 7 dias, o tempo consumido pelos
três Reis Magos para chegarem a Belém, na Judéia, aonde iam levar
presentes ao menino Jesus. A notícia de que viria o Filho de Deus
para salvar o mundo, já corria.
A
estrela que apareceu aos Reis, lhes iluminando o caminho, seria um
sinal do próprio Jesus, que já existia, apenas não se havia
encarnado como homem. Os sábios o reconheceram: o filho de Deus,
que vinha para salvar o mundo, o pobre filho de um carpinteiro, que
morava em Nazaré.
Já
o Papai Noel é tradição que vem da Turquia, Rússia e dos países
nórdicos, coincidindo com o inverno, naqueles países, não
propriamente o começo, pelo que me parece, mas também por outras
coincidências.
O
Papai Noel aparece na tradição como “o bom Velhinho”. Esta
tradição se baseia na bondade um bispo de nome Nicolau, na
Turquia, a partir do ano
280 depois de Cristo.
Esse bispo gostava de ajudar os necessitados. Deixava saquinhos de
moedas junto à chaminé das casas dos pobres. Quando ele faleceu,
as pessoas que o conheceram, lá onde vivia, começaram a apontar
milagres que teria feito. Era um bispo virtuoso. A Igreja Católica
elevou-a à condição de santo: São Nicolau. Ele é o Papai Noel
que aparece nas festas populares natalinas. A coincidência faz com
que muitos pensem que o Papai Noel é Cristo, ou Deus, e as crianças
de hoje acreditam que é ele quem atende os seus pedidos.
Roma,
como centro do mundo, ajudada pela tradição dos egípcios, gregos e
judeus, mandou que a Bíblia original, escrita em aramaico, fosse
traduzida para o grego e para o latim. Os países modernos e de
outras línguas traduziram-na da versão grega. Hoje é o livro mais
lido no mundo. Os Evangelhos, que estão na Bíblia, contam a
história de Jesus.
O
Natal é a festa da cristandade, comemora o nascimento de Jesus
Cristo, como foi dito. A confusão dos calendários romanos e outros
adotados nos primeiros anos de Roma pagã à Roma cristã fizeram
confusão, de forma que ninguém sabe exatamente se Cristo nasceu no
dia 25 de dezembro. Acredita-se que há uma diferença de até 5
dias, para mais ou para menos, de forma que pode ter sido antes ou
depois de 25 de dezembro. De qualquer forma, a vida exemplar de
Jesus, suas pregações, assim como seu nascimento, contados por seus
apóstolos, favoreceu o crescimento da cristandade, partindo dos
pobres da Judéia e de Roma, pobres e perseguidos, e tomou conta do
mundo.
Natal é a festa de Deus
menino, do nascimento da cristandade, da beleza e irretorquível
grandeza dos ensinamentos, durante os três anos de sua vida pública.
Para
Dr. Augusto Cury, psicólogo, psiquiatra, professor e escritor:
“Muitos homens brilharam ao longo da história, na arte de pensar.
Sócrates foi um questionador do mundo. Platão foi um pesquisador
das relações sociopolíticas. Hipócrates, o pai da medicina, um
investigado do corpo humano. Confúcio foi um filósofo da brandura.
Sidarta Gautama, o fundador do budismo, um pensador da harmonia
interior. Moisés foi o grande mediador do processo de libertação
do povo de Israel, dirigindo-o em busca da terra de Canaã”. Esse
estudioso da vida de Jesus continua citando outras sumidades, agora
no campo da ciência, tais como Tomás de Aquino, Santo Agostinho,
Spinoza, Kant, Descartes, Galileu, Voltaire, Rousseau, Shakespeare,
Hegel, Newton, Gandhi, Einstein e tantos outros homens de sabedoria
de antes e de depois de Cristo, mas conclui:
“Houve
um homem cujas idéias não apenas influenciaram gerações, mas
causaram a maior revolução da história. O seu nascimento dividiu a
história. Ele é o mais lido do mundo, embora não tenha escrito
nenhuma palavra. Ele é o mais estudado da atualidade, embora seja o
mais cercado de mistérios, e o menos conhecido. Ele foi o mais
excelente mestre da emoção”.
Estes
textos fazem parte de um tratado de Cury sobre a emoção, concluindo
como todos nós concluiríamos: Ele virou o mundo de pernas para o
ar. Trouxe o mandamento do AMOR. Foi o homem mais sábio do mundo.
Comemorando
o nascimento peregrino desse homem tão excelso e santo, fiquei
estatelado diante da humildade, pobreza, dignidade e sabedoria de uma
“lapinha”, cito na Igreja de São Cristóvão, do pároco Pe.
Evandro, templo todo reformado recentemente, para a alegre de seus
frequentadores. Àquela lampinha, pequeno santuário do nascimento de
Cristo, só faltaram as pastorinhas da nossa tradição. Por que não
ressuscitá-las?
Papai Noel nem suas festas
não me atraem. O Deus menino é mais encantador.
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