sábado, 24 de dezembro de 2016

O NATAL E O PAPAI NOEL, O QUE SÃO EM VERDADE?

Francisco Miguel de Moura
cirandinhapiaui.blogspot.com

Há muito tempo que não escrevo uma crônica do Natal. Volto hoje a este assunto sem outra pretensão, salvo a de que muito mais possamos conhecer sobre o que é realmente o Natal e como está sendo deturpado, pelo consumismo hedonista da era moderna, brilhante mas sem alma.

O Natal é a festa do nascimento de Jesus Cristo, que acontece no dia 25 de dezembro de cada ano, todos nós sabemos. O nascimento de Jesus é que marca o ano 1 do século I, da Era Cristã. É o calendário do mundo ocidental – esse que adotamos. No Oriente, sabe-se que há outros calendários. É bem diferente. Conhece-se, já um pouco do chinês, em virtude da importância desse povo de cultura tão antiga.

Mas o Natal já era comemorado na antiguidade, em diversas datas. Não se sabia o dia e ano em que Cristo nasceu. Somente a partir do século IV depois de Cristo é que começou a ser comemorado na data em que hoje comemoramos: 25 de dezembro. Em Roma, quando era o centro do mundo ocidental, o 25 de dezembro, por ser a data em que seus habitantes comemoravam o início do inverno, nasceu a comemoração cristã.

Naquele tempo, as festas natalinas duravam 7 dias, o tempo consumido pelos três Reis Magos para chegarem a Belém, na Judéia, aonde iam levar presentes ao menino Jesus. A notícia de que viria o Filho de Deus para salvar o mundo, já corria.

A estrela que apareceu aos Reis, lhes iluminando o caminho, seria um sinal do próprio Jesus, que já existia, apenas não se havia encarnado como homem. Os sábios o reconheceram: o filho de Deus, que vinha para salvar o mundo, o pobre filho de um carpinteiro, que morava em Nazaré.

Já o Papai Noel é tradição que vem da Turquia, Rússia e dos países nórdicos, coincidindo com o inverno, naqueles países, não propriamente o começo, pelo que me parece, mas também por outras coincidências.

O Papai Noel aparece na tradição como “o bom Velhinho”. Esta tradição se baseia na bondade um bispo de nome Nicolau, na Turquia, a partir do ano 280 depois de Cristo. Esse bispo gostava de ajudar os necessitados. Deixava saquinhos de moedas junto à chaminé das casas dos pobres. Quando ele faleceu, as pessoas que o conheceram, lá onde vivia, começaram a apontar milagres que teria feito. Era um bispo virtuoso. A Igreja Católica elevou-a à condição de santo: São Nicolau. Ele é o Papai Noel que aparece nas festas populares natalinas. A coincidência faz com que muitos pensem que o Papai Noel é Cristo, ou Deus, e as crianças de hoje acreditam que é ele quem atende os seus pedidos.
Roma, como centro do mundo, ajudada pela tradição dos egípcios, gregos e judeus, mandou que a Bíblia original, escrita em aramaico, fosse traduzida para o grego e para o latim. Os países modernos e de outras línguas traduziram-na da versão grega. Hoje é o livro mais lido no mundo. Os Evangelhos, que estão na Bíblia, contam a história de Jesus.

O Natal é a festa da cristandade, comemora o nascimento de Jesus Cristo, como foi dito. A confusão dos calendários romanos e outros adotados nos primeiros anos de Roma pagã à Roma cristã fizeram confusão, de forma que ninguém sabe exatamente se Cristo nasceu no dia 25 de dezembro. Acredita-se que há uma diferença de até 5 dias, para mais ou para menos, de forma que pode ter sido antes ou depois de 25 de dezembro. De qualquer forma, a vida exemplar de Jesus, suas pregações, assim como seu nascimento, contados por seus apóstolos, favoreceu o crescimento da cristandade, partindo dos pobres da Judéia e de Roma, pobres e perseguidos, e tomou conta do mundo.

Natal é a festa de Deus menino, do nascimento da cristandade, da beleza e irretorquível grandeza dos ensinamentos, durante os três anos de sua vida pública.

Para Dr. Augusto Cury, psicólogo, psiquiatra, professor e escritor: “Muitos homens brilharam ao longo da história, na arte de pensar. Sócrates foi um questionador do mundo. Platão foi um pesquisador das relações sociopolíticas. Hipócrates, o pai da medicina, um investigado do corpo humano. Confúcio foi um filósofo da brandura. Sidarta Gautama, o fundador do budismo, um pensador da harmonia interior. Moisés foi o grande mediador do processo de libertação do povo de Israel, dirigindo-o em busca da terra de Canaã”. Esse estudioso da vida de Jesus continua citando outras sumidades, agora no campo da ciência, tais como Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Spinoza, Kant, Descartes, Galileu, Voltaire, Rousseau, Shakespeare, Hegel, Newton, Gandhi, Einstein e tantos outros homens de sabedoria de antes e de depois de Cristo, mas conclui:

“Houve um homem cujas idéias não apenas influenciaram gerações, mas causaram a maior revolução da história. O seu nascimento dividiu a história. Ele é o mais lido do mundo, embora não tenha escrito nenhuma palavra. Ele é o mais estudado da atualidade, embora seja o mais cercado de mistérios, e o menos conhecido. Ele foi o mais excelente mestre da emoção”.

Estes textos fazem parte de um tratado de Cury sobre a emoção, concluindo como todos nós concluiríamos: Ele virou o mundo de pernas para o ar. Trouxe o mandamento do AMOR. Foi o homem mais sábio do mundo.

Comemorando o nascimento peregrino desse homem tão excelso e santo, fiquei estatelado diante da humildade, pobreza, dignidade e sabedoria de uma “lapinha”, cito na Igreja de São Cristóvão, do pároco Pe. Evandro, templo todo reformado recentemente, para a alegre de seus frequentadores. Àquela lampinha, pequeno santuário do nascimento de Cristo, só faltaram as pastorinhas da nossa tradição. Por que não ressuscitá-las?

 Papai Noel nem suas festas não me atraem. O Deus menino é mais encantador.

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