domingo, 28 de fevereiro de 2016

COMO SAIR DA SITUAÇÃO, MIRIAM LEITÃO?

Francisco Miguel de Moura*

           Ser ou não ser a favor do que acontece ou não acontece, hoje em dia, no Brasil político, econômico e social não é a discussão. Claro que todos os cidadãos de bem são a favor do Brasil. Mas, que Brasil? O Brasil do aumento de impostos a cada mês, da inflação no pão nosso de cada dia?   Do Brasil violento? Do Brasil sem rumo?    
  
- Não! Não e não! Vamos falar, como a jornalista Míriam Leitão, do futuro do Brasil, da História que vamos legar aos nossos descendentes, tá?

Do Brasil dos que ainda têm ética e conservam a moral herdada dos nossos avós, tanto na vida política, na economia e nas relações sociais.  Vamos falar não de um Brasil cinzento de hoje, desejando tinturar-se de vermelho. Vamos falar do Brasil verde, amarelo e azul, que nos uniu e nos fez uma só raça, uma só gente, sem preconceito de nenhum tipo. 

Atribuía-se o desmantelo atual ao que quiserem. Para mim, ele cabe ao partido único, à negatividade dos partidos. Partidos de nada! Partidos de m... Esta conversa de base aliada é pura enrolação: tudo resulta da troca de favores, propinas, corrupção, promessas de votos na eleição. É isto que ocorre todos os dias, todos os minutos. 

    No momento, o Brasil não está parado, mas está “paralisado”, como escreve Miriam Leitão, logo no frontispício de seu recente livro “História do Futuro”, onde discorre muito bem e otimistamente que no futuro seremos uma grande nação, socialmente mais justa e mais honesta, respeitadora do que vale ser respeitado: o direito de todos e quaisquer cidadãos, o progresso científico, industrial e outros, através da educação, para o que aponta, aqui e acolá, neste imenso território, escolas que funcionam bem e produzem ótimos frutos. A pergunta minha é: São todas? São a maioria? Não. São apenas exemplos apontados para que possamos seguir.

    Mas, se o Governo, em seus 3 Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, está paralítico, engessado, esperando que alguém faça alguma cousa, como será que vamos andar mais para o futuro? Revolução com armas, não, nunca! Manifestações pacíficas, sim. E que não sejam direcionadas por partidos, associações, sindicatos, centrais disto e daquilo.

 Transcrevendo o primeiro parágrafo do livro de Miriam Leitão, temos já a orientação para sua leitura: “O Brasil está prisioneiro do imediato. O presente virou um redemoinho que suga e impede o país de escrever o seu futuro. A crise que nos atinge em várias frentes assusta e paralisa”.

O redemoinho de que ela fala é a política: ninguém sabe de nada. Nem toma decisão, mesmo que arriscada. E ficam apenas discutindo as questões pessoais. E, como diria Chico Anísio, “o povo que se exploda!” Outro redemoinho é a corrupção, muito ligada à política administrativa, irmãs siamesas. Mas, segue também o redemoinho das futuras eleições e suas regras passadas, que já não, pensando bem, se adaptariam ao presente.  São as eleições municipais que já vêm aí, as quais, numa República Municipalista como a nossa, dizem muito. O Brasil é feito de municípios. Você não mora no Brasil, embora o Brasil possa morar no seu coração, como é o meu caso e o seu caso, leitor. Você não mora no Estado do Piauí ou no de São Paulo, ou em qualquer outro. Você mora no seu município. Analisando essa questão, acho da maior importância a política municipal. Brasil, preste bem atenção a ela. Até agora ninguém fez nenhuma reforma, seja administrativa, política, econômica ou das leis e da justiça. E os novos prefeitos vão governar o futuro. Novos prefeitos, cuja maioria é do PMDB (Partido meio-direita do Brasil, ou seja, de cima do muro).

Mas, como será o futuro? Ora, Miriam, se ninguém entende o presente, como vai saber do futuro?

Todos nós deveríamos estudar a História do Brasil. Nenhum político poderia ser político sem ter cursos superiores de Direito, Administração, Economia, História, Moral e Cívica. E depois fazer o exame de admissão como candidato: de humanidades, saúde física e mental. Estamos cheios de políticos doentes e analfabetos. Não precisamos dizer nome de ninguém, os leitores sabem.  Por quê? Dentre todas as leis que os nossos políticos (a maioria) conhecem e usam é a “Lei de Gerson”, que vamos explicar aqui, em poucas palavras: - A expressão “Lei de Gerson”, segundo a “Wikipedia”, originou-se em uma propaganda de 1966, criada pela Caio Domingues & Associados, que havia sido contratada pelo fabricante de cigarros J. Reynolds, cigarros “Vila Rica”. Era a forma comum de divulgar o produto. Na TV, o vídeo apresentava o meio-armador Gérson, jogador da Seleção Brasileira de Futebol, como protagonista: “Por que pagar mais caro, se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!”
Infeliz Gérson, que através de sua boca, deu vida à malandragem e à falta de caráter “macunaímico” da massa de brasileiros! Quem não souber o que é “macunaímico”, veja o escritor Mário de Andrade. Posteriormente, houve a explicação de que “levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente”. Mas na massa televisiva tomou a forma que ela bem entende. Na década de 1980, os meios de comunicação passaram a divulgar notícias sobre a corrupção na política brasileira, e uma coisa ficou associada à outra: “chegar na frente” como sedo “passar para trás, de qualquer forma” e com o nome de “A Lei de Gerson”.  Com semelhantes leis, a corrupção aumenta e o Brasil só cresce para baixo como rabo de cavalo. Sei que estou repetindo, mas é preciso repetir, lembrar.
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*Francisco Miguel de Moura - Escritor, poeta crítico literário e membro da Academia Piauiense de Letras

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