Francisco Miguel de Moura*
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Já viu os olhos frios... Com medo
De tudo desconfiou – era cedo.
O nariz adunco, a cavalo, sorrindo!
Que belo destom! Sê benvindo!
Rosto longo, vermelho, de branco,
Esbelto o corpo, a dança um tranco.
Boca grande, saliente o queixo,
A voz gostosa - palavra de seixo.
Bico beija-flor, sopro de beijo
Para quem vai longe... “O Tejo
Não é o rio de sua terra!” – Erra,
É o rio que bem longe berra
Como boi. Mundo de imagens,
Não imagina onde achar folhagens!
No espelho, se erra - berra, morre.
No espelho se enterra... Ou corre.
Mas, bem à janela, o azul do céu
Não lhe mostra o rosto: “Sou eu?!”
Já disse a que vinha, voltara ao feto,
Morreu de desgosto, por decreto.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, que “luta com a palavra / a luta mais vã” – segundo Drummond.
Um comentário:
Show de poesia Chico!!Abração!!
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