quarta-feira, 6 de agosto de 2008

ARTIGO

HÁ O “BRIC”, ALÉM DO G-8 (ANTIGO G-7)


Francisco Miguel de Moura*



Já ouvi e li na mídia que alguns países vão levar comida para os seus atletas na China, durante os Jogos Olímpicos que ocorrem entre 8 a 24 de agosto de 2008, naquele grande país. Acho isto uma contrafação do que propõem essas grandes festas como Jogos Olímpicos, Copa do Mundo e outros. Onde é que fica, então, a integração dos povos e culturas, uma das finalidades maiores desses certames?
Bem, mas não é propriamente disto que quero falar hoje, tal como o título do artigo indica. É do tal grupo G-7, hoje G-8 porque já se admite a Rússia como um dos membros dessa Comissão dos Ricos, dos que mandam nas finanças e na política do mundo.
Mas ao que me parece, brevemente este grupo estará mudado para G-9, G-10, G-11. Será? Seria bom que a China, a Índia e o Brasil entrassem para essa geringonça ditatorial, com a capa de política internacional e neo-liberalismo? Agora, leio na revista “Solidariedade Ibero-Americana”, da 2ª quinzena maio/2008, pg.5, Rio de Janeiro, matéria que assim discorre sobre assunto que tanto nos diz respeito e que pode mudar nossa vida rapidamente e a da globalização de araque que aquele grupo G-7(ou G-8?) produziu no nosso mundo recente. A melhor forma de não trair a notícia é transcrevê-la. Então lá vai o trecho inicial: “Situada nos Urais, exatamente na fronteira geográfica entre a Europa e a Ásia, Ekaterinburg foi o palco onde se realizou uma série de extraordinárias reuniões diplomáticas, entre 13 e 16 de maio. Nesta última data, os Ministros de Relações Exteriores do grupo “BRIC” – Brasil, Rússia, Índia e China – se reuniram para a sua primeira Conferência “exclusiva” na terceira maior cidade da Federação Russa. Anteriormente, já se haviam reunido no âmbito da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU)”. Os quatro representantes do “BRIC” eram o brasileiro Celso Amorim, o anfitrião russo Sergei Lavrov, o indiano Pranab Mukherjee e o chinês Yang Jiechi (guardem esses nomes, eles são pioneiros). Os três últimos já se haviam encontrado em 15 de maio, e dois dias antes, o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Steimeier, também esteve em Ekaterinburg, para se reunir com seu colega ministro da Rússia. Houve desinteresse geral da mídia. Não foi espetacular o comunicado oficial do encontro do BRIC. Mas aquelas reuniões nos Urais serão, no futuro, consideradas históricas. Elas representam o outro lado da moeda, uma alternativa internacional, para que aquele grupo não se apodere mais do mundo e dos nossos destinos, tão mal, como se tem apoderado. Exige-se democracia também na política internacional. Ou não?

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*Francisco Miguel de Moura – Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras, mora em Teresina (PI) - Capital do Estado. Web: http:// cirandapiauí.blogspot.com e
http://franciscomigueldemoura.blogspot.com


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