Francisco Miguel de Moura
Membro da Academia Piauiense de Letras
No século XX, o pensamento internacionalista de base material e comunista quis transformar o mundo em um só, numa visão construída de cima para baixo, embora a doutrina (Marx, Lênine, Stáline) prometesse o igualitarismo democrático. Nasce o partido único, a ideologia. Já o internacionalismo atual, de base “espiritual” e mercadológica, está entregando o mundo aos nacionalismos, às religiões, aliados a raças, línguas, preconceitos, etc.etc. Eis onde nasce o individualismo, dentro da chamada globalização do mercado, e renasce o liberalismo, agora com o nome de neo-liberalismo. Os materialista pensam e incutem na cabeça das massas o discurso do partido puro, da doutrina correta e os homens- deuses. Os “espiritualistas” acreditam que o homem nasce bom e a democracia pode ser construída só de palavras.
Na verdade, não há uma religião pura, uma raça pura, um indivíduo puro, tal como bons motivos para as guerras. Nada é puro neste mundo. Somos um cadinho de civilizações, de produtos dessas civilizações milenares, de homens que nascem com seus instintos – até hoje mal conhecidos – que precisam ser sublimados na família, na sociedade, no sofrimento e nas dificuldades. Internacionalismo ainda é mentira. Não existem democracias de verdade. Tudo está em fazimento,
As duas faces existem Até hoje o melhor regime para a sociedade política é a democracia, obra dos gregos. Mas o que está acontecendo, dentro do internacionalismo de base mercadológica, é a democracia de um só – por exemplo, nos Bálcãs, onde a antiga Iugoslávia se dividiu em sete paisinhos: Sérvia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Macedônia, Eslovênia e, agora, Kosovo. Mas, nada de democracia do cidadão, na sociedade civil. Democracia não deve confundir-se com religião, nacionalismo, comunismo, capitalismo, ideologia de mercado ou outra, mas absorver de tudo o necessário para conservá-la
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