terça-feira, 15 de janeiro de 2008

AMOR, EROS E...

Francisco Miguel de Moura

Uma conversa puxa outra, uma texto desperta outro. Foi o meu caso hoje. Li um artigo de Eva Pierrakos, na internete, não lembro qual o saite, sobre os três assuntos acima correlacionados. São muito envolventes, despertam interesse em qualquer lugar. Mas não fiquei satisfeito com a forma como a psicóloga desenvolveu o tema do inter-relacionamento dessas três forças humanas. É bem verdade que o amor é espiritual, mesmo considerado no seu limite mais estreito. Amor é vida, vida é espírito e espírito é mudança, prefiro dizer nesta ordem, porque me parece que o amor está muito mais próximo de nós. Embora, verdade seja dita, eros vem antes. Depois dele amor, finalmente sexo, que os complementa. Para fazer uma boa comparação, é como se fosse uma boa refeição: primeiro a entrada, depois a própria iguaria e finalmente a sobremesa: eros, amor, sexo – os três nesta ordem.

Sim, porém, o que vem a ser eros? Uma força vital que acompanha o ser da concepção até a morte e, quem sabe, se houver outras formas de vida, continuará eternamente. Que haja outras, mas até aqui tratamos de uma concepção freudiana. Os descrentes, ateístas e companhia fazem até blague sobre o céu, a alma a eternidade, quando as religiões pretendem incutir na cabeça dos seus adeptos que o céu é um lugar de paz, mas como se tudo fosse parado, sem “eros” – aquele impulso que nos leva à mudança.

E o que seria o sexo em termos físicos? O Aurélio diz que é reconhecido pela “conformação particular distinta entre o macho e a fêmea, cujas características são muito próprias nos seres vivos, especialmente nos animais.” A importância maior do sexo seria a reprodução; acontece que sem a união dos dois, naturalmente e na maioria dos casos, se torna impossível. Isto é, eles existem como bipartimento do indivíduo, cuja realização é encontrar-se, unir-se para a geração de outro ser da mesma espécie, outra vida.

Agora é que chegamos ao amor. Amor é busca de complementação. Ninguém é tudo, somos sempre uma pequena parte do universo e no universo animal, somos sempre a outra metade. O sexo como ação pode ser realizado sem amor, desde que haja a presença de “eros”. E sempre o haverá, mais ou menos, forte ou fraco. O amor, no sentido do relacionamento de casais, não se realiza plenamente sem eros e sexo, como foi dito desde o início e, segundo entendi, consta da explicação do artigo da psicóloga Eva Pierrakos. Creio, pois, explicitadas para leigos as três forças da vida e do espírito: eros, sexo, amor.

Mas, por favor, não me contestem com relação ao amor. Ele é muito amplo, pode existir sem sexo, mas nunca é um amor completo, falando-se de casais. E pode existir sem eros, também entre as pessoas indifernciadamente? – é o que se pergunta. Talvez, mas é muito fraco. É como dizer-se: “eu amo a humanidade”. Diferente de dizer-se sinceramente: “eu amo o meu semelhante, o meu próximo”, em que haveria uma confluência mesmo que mínima das três forças. O criminoso não diz assim e se o disser está mentindo. Nele está presente o eros e o sexo, normal ou anormalmente, mas nunca o amor. Pelo meu entendimento somente a conjugação eros x sexo não daria amor, mas crueldade. Porque o amor é espírito = vida = mudança. E que mudança se processaria no cérebro, na alma de um facínora?

Neste sentido específico, acredito que nos criminosos irrecuperáveis, perigosos e altamente cruéis a alma já morreu. O único remédio é dar-lhe remédio antes que ela morra.

Sem espírito, sem alma não há amor, não há vida, embora funcionem a vontade (eros) e o desejo (sexo).

De qualquer forma, o assunto é amplo e está posto para discussão.

*Escritor brasileiro, mora em Teresina, Piauí.
E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br
Blog: franciscomigueldemoura.blogspot.com

3 comentários:

Anônimo disse...

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