SAUDADE
OCEÂNICA
Francisco Miguel de Moura*
Na partida, um oceano sem
escolta
cala meu peito em
descontentamento.
– Vais aonde – eu pergunto –
onda revolta?
E ela me corta o coração por
dentro.
Sou areia, sou rocha e, em
meu tormento,
choro e declamo, e o fogo me
devora;
qual vulcão que nos mostra o
epicentro,
outro vulcão me nasce aqui
por fora.
Na partida, eu prometo
consolar-me
do vácuo que me tolhe. E, sem
alarme,
no amor a Deus apenas me
concentro.
Meu mundo é solidão, é só saudade
de quem levou minha
tranqüilidade,
de quem partiu meu coração
por dentro.
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*Poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí
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