segunda-feira, 13 de outubro de 2025

 

FILOSOFIA DO TRIVIAL

                    Francisco Miguel de Moura*

 

Acendido o cigarro, o fumo passa

a alongar-se pra o alto com desdém.

Outro cigarro acende-se: Fumaça

voa do peito. Vai procurar quem?

 

Por que tão logo em cinza se consome?

Voltamos a pensa outra desgraça,

outra tristeza que não sei o nome.

E nossa vida esvai-se e se adelgaça!

 

Por um momento cresce e se avoluma,

por um momento cria a dor das crenças

para depois se transformar em bruma.

 

Pensando bem (ou mal) a vida passa:

- Um punhado de crenças e descrenças,

um minuto, um cigarro, uma fumaça!...

 

____________

“Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiror.

(Este é um poema do meu livro "Areias" 1966)

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