Francisco Miguel de Moura*
A voz era de deus nenhum,
a vista – do horizonte,
a música – silêncio em ondas.
Andar andei, sem rumo
nem ânsia de chegar.
Com fome – comi algas,
com sede, me bebi.
com medo, me parei,
sem medo, me sumi.
Abracei-me a seguir:
abraço-liberdade.
Nu, sem bolsa, relógio.
nem celular,
livre, liguei-me ao princípio
de todas as coisas,
suavemente como na vida.
Morrer é inútil.
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