PEDRAS E LÁGRIMAS
Francisco Miguel de Moura*
A casa onde eu nasci já não
existe,
Só vi pedras e pedras no lugar
E, ao lado, a sombra do menino
triste,
Caçador de motivos para amar.
Amar o que está morto, amar o
nada,
Amar o que se ergueu depois
ruiu,
Sem pernas pra tamanha caminhada,
Sem forças pra falar nem dar
um pio.
Espectro do desgosto
impressentido,
Do espaço-tempo em solidão ferido,
Saudade estéril! Que saudade
medras?!
A casa onde nasci não mais existe
E a dor acumulada não resiste
Às lágrimas fendidas pelas
pedras.
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